terça-feira, novembro 08, 2022

A estação de Ovar, no caminho de ferro do Norte, estava muito silenciosa, pelas seis horas da tarde, antes da chegada do comboio do Porto".

É assim que Eça de Queiroz alavanca «A Capital», obra que  narra as aventuras e desventuras de Artur Corvelo, um jovem sonhador romântico que ambiciona uma carreira literária que lhe granjeará a fama e o elevará ao Olimpo da intelectualidade lisboeta.

O livro foi editado postumamente em 1925, sob a orientação de seu filho José Maria Eça de Queirós. Eça era filho de  José Maria de Almeida Teixeira de Queirós, juiz de direito desde 1852, sendo nomeado procurador régio em Barcelos. Não chegou a tomar posse deste cargo pois foi designado juíz da 1ª vara do Porto a 7 de Abril. Entretanto, foi transferido para Ovar e ainda para Estarreja, de onde foi novamente transferido, a 17 de Abril de 1856, para o Porto, mas para o 2.º distrito criminal, mudando para o 1º distrito criminal da mesma cidade a 2 de Julho de 1858. É verdade, o pai de Eça foi o primeiro juiz do Tribunal da Comarca de Ovar.

Talvez,por isso, o jovem Eça tenha conhecido a gare vareira:

Apesar da obra ter o seu início na vila de Ovar, constitui um fabuloso retrato do meio social e intelectual da Lisboa de finais do século XIX, bem ao estilo mordaz e acutilante de Eça de Queirós.
https://www.ovarnews.pt/?p=66431

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