segunda-feira, fevereiro 14, 2022

A APSA, Associação Portuguesa de Síndrome de Asperger, na sequência de várias notícias difundidas pelos
Media sobre a o projectado atentado aos alunos da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, entende
dever prestar esclarecimentos, em face da experiência de quase 20 anos a acompanhar e a intervir juntos de
pessoas portadoras de Síndrome de Asperger (SA).

A Síndrome de Asperger é uma perturbação do espetro do autismo que se manifesta, sobretudo, por alterações
na interação social, na comunicação e no comportamento, sendo os mais habituais as alterações dos padrões
de comunicação verbal e não-verbal e numa atenção muito focalizada em interesses específicos.

São sinais habituais de SA a dificuldade em estabelecer contacto ocular, a interpretação literal da linguagem ou a dificuldade em entender e expressar emoções. "A violência e a agressividade não são características da SA, pelo que não pode ser feita qualquer associação direta entre os atos de violência descritos pela Comunicação Social e esta síndrome", garante a APSA.

"Estes actos são, outrossim, absolutamente demonstrativos do trabalho que há a desenvolver na saúde mental em Portugal, batalha que a APSA tem travado junto dos cidadãos, das autoridades públicas e da iniciativa privada e dos particulares, intervindo no sentido da capacitação e integração das pessoas com SA na sociedade".

É característica da SA o desenvolvimento de capacidades cognitivas normais, mas muito focalizadas, pelo que
o acompanhamento precoce e a intervenção rápida em junto de crianças e jovens com esta problemática são
essenciais para assegurar o desenvolvimento dessas caraterísticas como qualidades relevantes na integração
social e profissional e não como uma estigmatização.

Feito este esclarecimento, a APSA quer, por último, enaltecer o "profissionalismo dos órgãos de polícia criminal
pela eficiência demonstrada no evitar de uma situação perigo e solicitar aos agentes da comunicação social e às
redes sociais que não façam julgamentos e rotulagens comportamentais precipitados".

Casa Grande

A Casa Grande é a resposta social pioneira da APSA, em Lisboa, destinada a jovens adultos a partir dos 18 anos, com Síndrome de Asperger, com o objetivo de os capacitar para a inclusão na vida social e profissional. O trabalho de intervenção com cada jovem adulto é realizado por uma equipa multidisciplinar de profissionais que de acordo com o perfil individual de funcionalidade planeia uma intervenção adaptada a cada um, acompanhando-o na escola/emprego, junto da família e na comunidade. “A CASA GRANDE começou a funcionar e receber jovens em janeiro de 2014, que, através de uma tutoria/mediação, são conduzidos na capacitação de
competências para inclusão, por uma equipa multidisciplinar que acompanha transversalmente todo o processo, nomeadamente, através do seguimento da tríade FAMÍLIA, JOVEM e COMUNIDADE” confirma Piedade Líbano Monteiro.
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