sábado, junho 01, 2024
Agora que assentou a poeira da emoção e o silêncio regressou à Arena, está na hora de dizer Obrigado. Obrigado, Ovarense, pela ilusão.
Obrigado, Ovarense, por nos mostrares que os vareiros, quando motivados pelos motivos certos, aderem!
É certo que o trabalho da atual direção na construção da equipa, apostando na manutenção do treinador João Tiago (contra a opinião de muitos) foi decisiva e deixava antever que a equipa era fiável.
A Henrique Sobreira, o jovem presidente do clube, esperava uma tarefa árdua: retirar o clube da luta para não descer e levá-la ao lugar que lhe pertence enquanto histórico da modalidade.
A ilusão da sua equipa diretiva contagiou patrocinadores, jogadores e público que ofereceu um espetáculo à parte neste play off.
A ilusão digna dos fundadores do nosso clube. Lembrem-se, há mais de 30 anos, na temporada 1987/88, a Ovarense era um clube, no que a títulos diz respeito, sem expressão no basquetebol português, embora apostasse forte na tentativa de quebrar a clara hegemonia do Benfica liderado por Carlos Lisboa.
Orientada por Luís Magalhães, a turma vareira incluía, entre outros, Mário Leite, Rui Leitão, Vítor Ferreira e Rui Chumbo. Porém, como não poderia deixar de ser, esperava que a dupla de estrangeiros pudesse fazer a diferença. "DJ" e Mario Elie foram os eleitos...
No final da competição, os dirigentes da Ovarense tinham razões para sorrir. O título tinha deixado de ser uma miragem e o desempenho dos norte-americanos não podia ter sido melhor, nomeadamente nos embates decisivos com o Benfica.
Mario Elie, nessa altura, já não enganava. Lutador incansável, não dava um segundo de descanso aos adversários. No ataque, mesclava poderosas penetrações, com eficientes lançamentos de curta e média distância, não se esquecendo também de assinar assistências primorosas. Na defesa - contrariando uma prática comum dos norte-americanos que alinhavam em Portugal -, "dava o litro", batalhando por todas as posses de bola e coleccionado um sem-número de ressaltos, recuperações, intercepções e desarmes.
Não é por acaso que, quando voltou a casa, os jornalistas norte-americanos que cobriam a NBA o qualificaram como "um dos melhores defensores da Liga"...
Acreditou e jogou aqui.
Tal como há 30 anos, é o momento de dizer "Obrigado, Ovarense, pela alegria, pelo orgulho, pela emoção e pela... ilusão,".
https://www.ovarnews.pt/9brigado-ilusao/
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