quinta-feira, setembro 24, 2009

Em maré eleitoral
Faltam árvores, Ovar precisa de árvores!

No meio da azáfama para as próximas eleições, apercebemo-nos que as autárquicas vão-se misturando e fervilham de uma outra maneira! Se nas últimas eleições não tive grandes hesitações, agora, sinceramente estou indeciso!

Nas autárquicas, como todos sabemos, mais que os partidos, as pessoas assumem uma importância fundamental e, por isso, tenho pensado demoradamente quem merecerá o meu voto! Quem será o eleito, aquele que, olhando eu para os “outdoors”, me toque pelo seu olhar e me convença pelo imobilismo da imagem e que é ele o verdadeiro eleito!

Num dos cartazes, não consigo vislumbrar qualquer dinâmica de "empreendorismo", antes pelo contrário, faz-me lembrar férias, o Algarve, o Zoomarine, enfim, já devo estar com alucinações, pois por que raio de razão um cartaz de propaganda política me faria lembrar o Zoomarine?!

O outro, deixa-me um pouco amedrontado, não sei porquê, olho e quase inconscientemente desvio o olhar! Aquele olhar… humm, algo me diz “hirto e firme”, deve ser a dimensão da cabeça, não sei, nunca gostei nada de mensagens autoritárias e esta, deixa-me inquieto!

Finalmente, o terceiro cartaz, felizmente bem mais pequeno e com uma cor ecológica, deixa-nos uma sensação de … deixa andar! Hoje vou por aqui, amanhã por acolá, será que desço ou será que subo?!! Olho no olhar para tentar desfazer equívocos e ouço um sussurrar “dá-me o teu votinho, dá, anda lá, só desta vez”!!

Enfim, sinceramente, não vai ser pelos cartazes que vou escolher o candidato, porque a impressão com que se fica não é a melhor! Vou tentar conhecer os programas, as propostas, etc., e espero conseguir perceber como se irão processar os milagres, mas fica já aqui uma promessa! Eu, eleitor, prometo, que se algum dos candidatos disser que irá plantar árvores, independentemente de tudo o resto, terá o meu voto!

Eu, modesto eleitor, sou muito pouco exigente, só quero árvores!
Precisam-se de árvores, ou melhor, Ovar precisa de árvores, sempre que alguém se queixa de uma árvore, no dia seguinte é logo arrancada, veja-se o que aconteceu no “Largo da Poça”, mas plantá-las, isso, já é coisa rara!

Há dias fui passear pelo centro de Ovar, passei pelo local da árvore que deveria estar na esquina à beira do antigo Banco Nacional Ultramarino e nada, já se foi! Que saudades da barulheira da passarada e de como nos riamos quando alguém era presenteado com o presente mais indesejado! Mas já nada disso existe, a árvore desapareceu, e mais à frente à volta do chafariz vê-se no chão que “a fúria destruidora de árvores” passou por ali e esqueceu-se (talvez!) apenas de tapar as rodelas onde já lá estiveram.

Afinal em vez de um chafariz rodeado de árvores e por isso, uma pracinha bastante mais bonita e agradável, temos uns pseudoburacos no chão que não servem para nada! Na frente do tribunal também não existem e se subirmos para a “praça das galinhas” continuamos perseguidos pelo cinzentão do granito. Andamos mais um pouco, admiramos os melhoramentos, até que chegamos à Praça da República e ficamos embasbacados, mas… será que chegámos ao Saara! Que deserto! Tanto espaço e … três “palitos”!! Três! Como é possível, e com uns banquitos “mal amanhados”!!

Por favor! Até me apetece fazer como o filósofo que iluminava a noite e a tocar o badalo dizia “procuro um homem!” No meu caso, procuro apenas um candidato que me prometa que vai colocar algumas árvores no centro de Ovar!

Por favor, alguém que esburaque aquela Praça da República e lhe coloque algumas árvores, algum verde, mais bancos e faça o mesmo junto ao Neptuno e porque não, em frente ao tribunal de Ovar!

Façam-no que terão o meu voto incondicional! Prometo!
(in «Lenda Portuguesa«)

1 comentário:

Anónimo disse...

Realmente o deserto em que transformaram a Praça da Republica merece as mais severas críticas.
O que eles fazem ao nosso dinheirinho!!!
Mas ainda estão a tempo (estes não, segundo penso, mas outros) de plantar mais árvores, colocar mais bancos e uma "fonte seca".(água a saír do solo de quando em vez).
Um espaço não é pedonal só porque de lá saiem os carros; é preciso criar condições para que as pessoas se sintam lá bem.