Não uma, duas ou três. Para fazer jus à sua grandeza, o Carnaval de Ovar pretende arrasar a concorrência ao contratar Alexandre Frota, Cinha Jardim, José Castelo Branco e Ana Afonso, as quatro mais recentes estrelas do firmamento TVI para as integrar no corso de Domingo Gordo. A situação está apenas a ser analisada pela Fundação do Carnaval de Ovar que iniciou um período de consultas. «A componente concorrencial é das que mais poderá pesar numa eventual decisão», admite José Américo, presidente do órgão que gere os folguedos, «pois o nosso Carnaval, apesar de ser o melhor do país, tem que lidar com inúmeros cortejos nas localidades vizinhas, alguns gratuitos e outros com atracções». Essa situação tem-se reflectido no número de visitantes que chegam a Ovar para assistir aos grandes corsos e, não menos importante, nas receitas de bilheteira. «Com a agravante de ter chovido nos dois últimos anos», acrescenta José Américo.
A simples possibilidade do cenário se vir a concretizar está a agitar os foliões mais conservadores que não concordam com a intromissão de «estrelas estrangeiras» na festa habituada à «prata da casa» há mais de meio século e que com ela granjeou fama.
Litros de água na fervura dos foliões é o que o presidente da Fundação do Carnaval de Ovar mais tem despejado nos últimos dias. O assunto foi analisado na última reunião do Conselho de Administração do organismo que, entretanto, decidiu colocar o assunto à apreciação de grupos e escolas de samba. Uma coisa é certa, avisa o presidente: «O lugar de Rei Momo e de Rainha do Carnaval são intocáveis e continuarão a ser ocupados apenas por naturais do concelho de Ovar».
Neste momento, o responsável sublinha que «não há nada assinado» e que «ainda não se passou da fase de auscultações». «Todas as opiniões são bem-vindas», mas o autarca ovarense também aconselha quem está interessado em emitir pareceres que não pode haver tabus nesta matéria e que opiniões radicais não serão aceites.(«DA»)
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