terça-feira, novembro 30, 2010
segunda-feira, novembro 29, 2010
sábado, novembro 27, 2010
sexta-feira, novembro 26, 2010
Líder do PSD apresenta a sua Visão para Defesa da Costa no Concelho
Salvador Malheiro publicou este vídeo com «o grande objectivo de mostrar uma via para uma eventual solução para a protecção da costa no concelho de Ovar, em contraciclo com tudo o que tem vindo a ser efectuado no passado recente».
Essa eventual solução, segundo ele, pode passar «pela implementação de barreiras paralelas integradas com instalações de aproveitamento energetico offshore (eólicas e ondas), e ainda com recifes artificiais promovendo ainda a prática do surf».
quinta-feira, novembro 25, 2010
quarta-feira, novembro 24, 2010
JCV promoveu Recolha Brinquedos
A Juventude da Cruz Vermelha de Ovar esteve presente no DeBorla e no Continente a promover uma recolha de brinquedos.
Nós acreditamos que as crianças carenciadas que apoiamos, além de precisarem da nossa ajuda para suprimir as suas necessidades básicas como a alimentação e/ou vestuário, é importante que nesta altura do ano, elas se sintam especiais.
Será desta forma simbólica ao entregar um brinquedo a cada criança, na Festa de Natal da Cruz Vermelha, em parceria com a AVFM, que este acto se venha a tornar como um sinal de esperança para o seu futuro.
A Delegação de Ovar da Cruz Vermelha agradece assim a todos os que contribuíram para o sucesso desta campanha solidária.
terça-feira, novembro 23, 2010
Colabore com o Banco Alimentar contra a Fome
Nos próximos dias 27 e 28 de Novembro, decorre mais uma recolha de alimentos para o Banco Alimentar contra a Fome. Neste período especialmente difícil da nossa sociedade é muito importante colaborar, nem que seja com pouca coisa, é a mensagem dos escuteiros.
Quem quiser voluntariar-se para contribuir com a sua participação no peditório pode fazê-lo em: http://bancoalimentar.pt/voluntariado. O agrupamento 549 de Ovar vai lá estar!
Quem quiser voluntariar-se para contribuir com a sua participação no peditório pode fazê-lo em: http://bancoalimentar.pt/voluntariado. O agrupamento 549 de Ovar vai lá estar!
segunda-feira, novembro 22, 2010
Lisboa castiça pelos olhos de uma Varina
«Olha a bela sardiiiinha! Quem quer, quem quer... Ó freguesa, quem é que me acaba o resto?». O pregão ecoa numa cantada, quase de fadista, com a alma e as vestes de uma Lisboa antiga.
Dona Celeste, «nascida, criada e casada no bairro da Madragoa», é figura de proa, quase um emblema desta zona tão típica e popular da cidade. Aos 74 anos, ainda comunica com os trejeitos e a linguagem castiça dos tempos em que foi varina, com a canastra na cabeça a anunciar o pescado fresco que trazia da lota.
Conhecemo-la durante a visita guiada 'Do Museu ao Bairro da Madragoa', projecto da Junta de Freguesia de Santos-o-Velho, em parceria com outras entidades, que promete desvendar os segredos de uma Madragoa quinhentista, com encenação de alguns moradores do bairro e de um dos elementos da autarquia, Celso Antão.
Dona Celeste encarna o espírito de outros tempos não muito distantes, sempre que as visitas acontecem (último sábado de cada mês) por este bairro que diz ser muito seu. Não precisa de decorar o guião ou criar uma personagem.
Afinal, «ela, tal como os outros moradores, desempenham o papel da sua vida», revela Celso Antão. «Andei na [mercado da] Ribeira e na Doca Pesca até quase aos 70 anos na descarga do peixe. Fui varina até ser velha», remata Celeste, vestida a rigor, com a canastra à cabeça, onde se vêem peixes de trapos e lantejoulas prateadas.(Ler mais in «Sol»)
Dona Celeste, «nascida, criada e casada no bairro da Madragoa», é figura de proa, quase um emblema desta zona tão típica e popular da cidade. Aos 74 anos, ainda comunica com os trejeitos e a linguagem castiça dos tempos em que foi varina, com a canastra na cabeça a anunciar o pescado fresco que trazia da lota.
Conhecemo-la durante a visita guiada 'Do Museu ao Bairro da Madragoa', projecto da Junta de Freguesia de Santos-o-Velho, em parceria com outras entidades, que promete desvendar os segredos de uma Madragoa quinhentista, com encenação de alguns moradores do bairro e de um dos elementos da autarquia, Celso Antão.
Dona Celeste encarna o espírito de outros tempos não muito distantes, sempre que as visitas acontecem (último sábado de cada mês) por este bairro que diz ser muito seu. Não precisa de decorar o guião ou criar uma personagem.
Afinal, «ela, tal como os outros moradores, desempenham o papel da sua vida», revela Celso Antão. «Andei na [mercado da] Ribeira e na Doca Pesca até quase aos 70 anos na descarga do peixe. Fui varina até ser velha», remata Celeste, vestida a rigor, com a canastra à cabeça, onde se vêem peixes de trapos e lantejoulas prateadas.(Ler mais in «Sol»)
sexta-feira, novembro 19, 2010
quinta-feira, novembro 18, 2010
JOSÉ SANTA CAMARÃO - Um coração maior do que o corpo
Pugilista vareiro entre os «100 maiores dos 100 Anos da República
Ali na Poça, na casa onde hoje está o Café Stop, existiu um estabelecimento de ensino. Era a Escola de S. Francisco. Foi fundada pelo Padre Francisco Pedroso Lopes Vinga, e era custeada pela Associação de S. Francisco de Sales. Era gratuita, e oferecia os livros às crianças pobres, a quem, pelo Natal, dava ainda um fatinho novo. Como não havia a Escola de S. Miguel, frequentavam-na muitas crianças daquelas redondezas. Eu própria lá andei de 1907 até 1911, ano em que foi fechada, por ordem dos Republicanos.
Ao morrer, em 1909, o Padre Vinga deixava a escola bem estruturada. Lembro-me de que a mestra que ensinava as primeiras letras, bem como a doutrina, era a senhora Rosa Tanoeira. As outras disciplinas eram dadas pelo Sr. P.e Torres e por um outro professor de fora, o Sr. Freire.
A senhora Margarida Luzes, conhecida por Nabiça, ensinava costura e a fazer croché, meias e mantas. Era ela que olhava pela limpeza da escola, e que guardava a chave, trabalhos inerentes ao seu cargo da Associação de S. Francisco.
A República, implantada, como é sabido, em 5 de Outubro de 1910, no seu ataque às instituições religiosas, proibiu os estabelecimentos de ensino confessionais. A escola de S. Francisco foi fechada em 1911, sendo arrolados todos os seus mobiliários e bens, que ficaram lacrados durante mais de um ano.
Ainda guardo na memória alguns casos pitorescos passados comigo nesse tempo. Um dia, quando eu saía da escola, um rapazito muito espertalhão, o Joaquim Caleira, filho único, que morava na Rua Nova, meteu-se comigo sem motivo algum e empurrou-me, começando a cantar uma cantiga que me fez chorar e que nunca mais esqueci:
“Nas escadas de S. Pedro
que S. Francisco cobiça,
no lugar de cada cedro
planta-se lá uma nabiça”.
Como eu conhecia a razão daquela cantiga, chorei de verdade. Quem veio em meu auxilio, quem veio por mim, impondo-se ao rapaz, foram os Santas, que também andavam na escola, e que eram meus colegas: o Manuel, o António e o Artur. O Manuel Santa de tal modo deitou mão ao rapazito, que o fez girar, amedrontado.
A FAMÍLIA SANTA
Acontece que os três rapazes eram os irmãos mais velhos de José Soares Santa (Camarão), que foi campeão de boxe em Portugal, e que nasceu a 25/12/1902 ali, na Rua Visconde de Ovar, onde a rua atravessa o largo da Poça. Sua mãe, Josefa Santa, cozia pão para fora, e, em outros períodos, também fabricava roscas. Era casada com José Santa Camarão, que trabalhava em Lisboa nas fragatas. Bem conceituado pela sua seriedade, e bem adestrado no seu serviço, foi fragateiro toda a vida. Logo que os seus filhos, aos treze ou catorze anos, faziam o segundo grau, levava-os para Lisboa para trabalharem nas fragatas.
José, o mais novo, o futuro boxeur, já ao nascer era excepcional. Segundo dizem, veio ao mundo com um tamanho invulgar, de tal modo que todos os vizinhos fizeram romaria para o verem. Criado sem doenças, foi, bem novo, posto na escola de S. Francisco, ali a dois passos de sua casa, vigiado e amparado pelos irmãos. Tive-o como colega. Era um companheiro bom e amigo. Um pouco tímido e bastante sossegado, não gostava muito de estudar. Apesar do seu tamanho, preferia as brincadeiras infantis. Naquele tempo era vulgar fazerem-se papagaios, ou estrelas de papel, com um rabicho de trapos e um cajão de brim. Durante horas, 4 ou 6 crianças entretinham-se santamente a manipular e a colar pedaços de papel fino, cor-de-rosa. Era a brincadeira preferida do José.
Muitas vezes o vi, rapaz dos seus onze anos, a ajudar a sua mãe, Ti Josefa Santa. Um dia em que fui levar-lhe a farinha para nos cozer uma broa, lá estava o Zé a amassar numa e noutra maceira.
Desmesuradamente alto, de mangas curtas e com um lenço que a mãe, por motivos higiénicos, lhe atara à cabeça, o bondoso Zé estava excêntrico de verdade! Quem havia de dizer perante aquela figura de menino estranho, que estava ali um futuro campeão que ergueria bem alto o nome de Ovar e que entusiasmaria as multidões com os seus murros colossais. (Conta-se que um adversário viria a sucumbir após um dos seus combates).
Com os meus oitenta e tanto anos, não me sai da memória o José Santa Camarão, um homem que seria tão falado, tão desejado, tão admirado, ali ao pé de sua mãe a ajudá-la carinhosamente, mostrando que tinha um bom coração e que aprendera bem as lições da Escola de S. Francisco de Sales.
Devido ao seu tamanho e força, o pai levou-o bem cedo para Lisboa, a substituir um irmão que se tinha “pisgado” para o Brasil. Feito fragateiro por obrigação na idade de crescer, dia a dia se tornava mais corpulento e grandalhão, características que o impunham na faina do mar, tornando-se, agora, fragateiro por gosto, familiarizado na vida das embarcações e respeitado pelos patrões e companheiros.Verdadeiro S. Cristóvão tinha, na verdade, uma alma de criança. Era um bom.Certo dia, a sua vida mudou. Foi quando, faltando por doença, no Coliseu dos Recreios, um lutador de boxe, o empresário Manuel Grilo o preparou para combater. Foi o início de uma carreira fulgurante. Alexandre Cal, do Porto, convenceu-o a deixar definitivamente as fragatas. Era o ano de 1921.
A fama que granjeou nos anos imediatos, como Campeão de Portugal, fê-lo partir para o Brasil em 1926, onde fez fortuna. Ao regressar a Portugal, trouxe um treinador exclusivo, de nome Sebastião. Porque vivia com os pais, em Ovar, arrendou uma outra casa para se treinar.
Um contrato para os Estados Unidos reteve-o durante bastantes anos em terras americanas, onde casou e onde não foi feliz na carreira de lutador, devido ao pouco escrúpulo dos seus managers. De novo no Brasil, ali realizou, em 1934, o último combate oficial, que perdeu. Desiludido, regressou a Ovar. A própria mulher, por não se ambientar com os ares vareiros, preferiu voltar à sua pátria. O filho do casal, de nome Arnaldo José, por cá ficou a criar-se, seguindo, mais tarde, para a América, numa das vezes em que a mãe se deslocou a Portugal.
CAMPEÃO DE PORTUGAL
Em 1925, Santa Camarão era Campeão de Portugal em todas as categorias. Dos 19 combates em que participou, ganhou 17, perdeu 1 (por pontos), com Humbeeck, no Porto, e viu outro anulado, em Lisboa, com Barrick.
Contratado, em 1926, para o Brasil, onde esteve 3 anos, quase sempre vitorioso, regressou a Portugal em 1929, vencendo então Humbeeck (ao 6.º assalto, por K.O.) e Barrick (ao 2.º assalto, por K.O.).Em 5 anos, o seu palmarés era impressionante: Em 38 combates, 31 vitórias, 5 derrotas (por pontos) e 2 nulos.Horácio da Velha, outro campeão nacional, afirmou que José Santa tinha um coração maior que o próprio corpo.
Pelos anos 30, o cinema imortalizou-o em luta com os campeões do mundo Max Baer e Primo Carnera, no célebre filme “Amor e Boxe”, sobre a vida do primeiro daqueles gigantes dos ringues.
Diz-se que num combate em simultâneo, realizado no Furadouro, Santa Camarão destroçou, em cinco minutos apenas, e perante o gáudio dos seus conterrâneos, que o acicatavam, os lutadores portuenses David Martins (King Kong) e Aníbal Abreu.
Ovar aguarda a melhor hora para a homenagem que lhe é devida. Talvez 1984, meio século após o abandono definitivo dos ringues…
Cada vez mais só, o José Santa abriu, em sua casa, um café, que pouco tempo durou. A sua presença em alguns corsos do Carnaval de Ovar, ao lado do seu amigo João Gomes Costa, constituía sempre motivo de admiração e graça.
Em 5 de Abril de 1968 foi o seu último e definitivo combate. Agora com a morte. Perdida a peleja, foi a sepultar no cemitério de Ovar, onde jaz quase esquecido dos seus conterrâneos.
Texto de Maria José Vinga publicado no quinzenário ovarense
JOÃO SEMANA (15 de Agosto de 1982)
Ali na Poça, na casa onde hoje está o Café Stop, existiu um estabelecimento de ensino. Era a Escola de S. Francisco. Foi fundada pelo Padre Francisco Pedroso Lopes Vinga, e era custeada pela Associação de S. Francisco de Sales. Era gratuita, e oferecia os livros às crianças pobres, a quem, pelo Natal, dava ainda um fatinho novo. Como não havia a Escola de S. Miguel, frequentavam-na muitas crianças daquelas redondezas. Eu própria lá andei de 1907 até 1911, ano em que foi fechada, por ordem dos Republicanos.
Ao morrer, em 1909, o Padre Vinga deixava a escola bem estruturada. Lembro-me de que a mestra que ensinava as primeiras letras, bem como a doutrina, era a senhora Rosa Tanoeira. As outras disciplinas eram dadas pelo Sr. P.e Torres e por um outro professor de fora, o Sr. Freire.
A senhora Margarida Luzes, conhecida por Nabiça, ensinava costura e a fazer croché, meias e mantas. Era ela que olhava pela limpeza da escola, e que guardava a chave, trabalhos inerentes ao seu cargo da Associação de S. Francisco.
A República, implantada, como é sabido, em 5 de Outubro de 1910, no seu ataque às instituições religiosas, proibiu os estabelecimentos de ensino confessionais. A escola de S. Francisco foi fechada em 1911, sendo arrolados todos os seus mobiliários e bens, que ficaram lacrados durante mais de um ano.
Ainda guardo na memória alguns casos pitorescos passados comigo nesse tempo. Um dia, quando eu saía da escola, um rapazito muito espertalhão, o Joaquim Caleira, filho único, que morava na Rua Nova, meteu-se comigo sem motivo algum e empurrou-me, começando a cantar uma cantiga que me fez chorar e que nunca mais esqueci:
“Nas escadas de S. Pedro
que S. Francisco cobiça,
no lugar de cada cedro
planta-se lá uma nabiça”.
Como eu conhecia a razão daquela cantiga, chorei de verdade. Quem veio em meu auxilio, quem veio por mim, impondo-se ao rapaz, foram os Santas, que também andavam na escola, e que eram meus colegas: o Manuel, o António e o Artur. O Manuel Santa de tal modo deitou mão ao rapazito, que o fez girar, amedrontado.
A FAMÍLIA SANTA
Acontece que os três rapazes eram os irmãos mais velhos de José Soares Santa (Camarão), que foi campeão de boxe em Portugal, e que nasceu a 25/12/1902 ali, na Rua Visconde de Ovar, onde a rua atravessa o largo da Poça. Sua mãe, Josefa Santa, cozia pão para fora, e, em outros períodos, também fabricava roscas. Era casada com José Santa Camarão, que trabalhava em Lisboa nas fragatas. Bem conceituado pela sua seriedade, e bem adestrado no seu serviço, foi fragateiro toda a vida. Logo que os seus filhos, aos treze ou catorze anos, faziam o segundo grau, levava-os para Lisboa para trabalharem nas fragatas.
José, o mais novo, o futuro boxeur, já ao nascer era excepcional. Segundo dizem, veio ao mundo com um tamanho invulgar, de tal modo que todos os vizinhos fizeram romaria para o verem. Criado sem doenças, foi, bem novo, posto na escola de S. Francisco, ali a dois passos de sua casa, vigiado e amparado pelos irmãos. Tive-o como colega. Era um companheiro bom e amigo. Um pouco tímido e bastante sossegado, não gostava muito de estudar. Apesar do seu tamanho, preferia as brincadeiras infantis. Naquele tempo era vulgar fazerem-se papagaios, ou estrelas de papel, com um rabicho de trapos e um cajão de brim. Durante horas, 4 ou 6 crianças entretinham-se santamente a manipular e a colar pedaços de papel fino, cor-de-rosa. Era a brincadeira preferida do José.
Muitas vezes o vi, rapaz dos seus onze anos, a ajudar a sua mãe, Ti Josefa Santa. Um dia em que fui levar-lhe a farinha para nos cozer uma broa, lá estava o Zé a amassar numa e noutra maceira.
Desmesuradamente alto, de mangas curtas e com um lenço que a mãe, por motivos higiénicos, lhe atara à cabeça, o bondoso Zé estava excêntrico de verdade! Quem havia de dizer perante aquela figura de menino estranho, que estava ali um futuro campeão que ergueria bem alto o nome de Ovar e que entusiasmaria as multidões com os seus murros colossais. (Conta-se que um adversário viria a sucumbir após um dos seus combates).
Com os meus oitenta e tanto anos, não me sai da memória o José Santa Camarão, um homem que seria tão falado, tão desejado, tão admirado, ali ao pé de sua mãe a ajudá-la carinhosamente, mostrando que tinha um bom coração e que aprendera bem as lições da Escola de S. Francisco de Sales.
Devido ao seu tamanho e força, o pai levou-o bem cedo para Lisboa, a substituir um irmão que se tinha “pisgado” para o Brasil. Feito fragateiro por obrigação na idade de crescer, dia a dia se tornava mais corpulento e grandalhão, características que o impunham na faina do mar, tornando-se, agora, fragateiro por gosto, familiarizado na vida das embarcações e respeitado pelos patrões e companheiros.Verdadeiro S. Cristóvão tinha, na verdade, uma alma de criança. Era um bom.Certo dia, a sua vida mudou. Foi quando, faltando por doença, no Coliseu dos Recreios, um lutador de boxe, o empresário Manuel Grilo o preparou para combater. Foi o início de uma carreira fulgurante. Alexandre Cal, do Porto, convenceu-o a deixar definitivamente as fragatas. Era o ano de 1921.
A fama que granjeou nos anos imediatos, como Campeão de Portugal, fê-lo partir para o Brasil em 1926, onde fez fortuna. Ao regressar a Portugal, trouxe um treinador exclusivo, de nome Sebastião. Porque vivia com os pais, em Ovar, arrendou uma outra casa para se treinar.
Um contrato para os Estados Unidos reteve-o durante bastantes anos em terras americanas, onde casou e onde não foi feliz na carreira de lutador, devido ao pouco escrúpulo dos seus managers. De novo no Brasil, ali realizou, em 1934, o último combate oficial, que perdeu. Desiludido, regressou a Ovar. A própria mulher, por não se ambientar com os ares vareiros, preferiu voltar à sua pátria. O filho do casal, de nome Arnaldo José, por cá ficou a criar-se, seguindo, mais tarde, para a América, numa das vezes em que a mãe se deslocou a Portugal.
CAMPEÃO DE PORTUGAL
Em 1925, Santa Camarão era Campeão de Portugal em todas as categorias. Dos 19 combates em que participou, ganhou 17, perdeu 1 (por pontos), com Humbeeck, no Porto, e viu outro anulado, em Lisboa, com Barrick.
Contratado, em 1926, para o Brasil, onde esteve 3 anos, quase sempre vitorioso, regressou a Portugal em 1929, vencendo então Humbeeck (ao 6.º assalto, por K.O.) e Barrick (ao 2.º assalto, por K.O.).Em 5 anos, o seu palmarés era impressionante: Em 38 combates, 31 vitórias, 5 derrotas (por pontos) e 2 nulos.Horácio da Velha, outro campeão nacional, afirmou que José Santa tinha um coração maior que o próprio corpo.
Pelos anos 30, o cinema imortalizou-o em luta com os campeões do mundo Max Baer e Primo Carnera, no célebre filme “Amor e Boxe”, sobre a vida do primeiro daqueles gigantes dos ringues.
Diz-se que num combate em simultâneo, realizado no Furadouro, Santa Camarão destroçou, em cinco minutos apenas, e perante o gáudio dos seus conterrâneos, que o acicatavam, os lutadores portuenses David Martins (King Kong) e Aníbal Abreu.
Ovar aguarda a melhor hora para a homenagem que lhe é devida. Talvez 1984, meio século após o abandono definitivo dos ringues…
Cada vez mais só, o José Santa abriu, em sua casa, um café, que pouco tempo durou. A sua presença em alguns corsos do Carnaval de Ovar, ao lado do seu amigo João Gomes Costa, constituía sempre motivo de admiração e graça.
Em 5 de Abril de 1968 foi o seu último e definitivo combate. Agora com a morte. Perdida a peleja, foi a sepultar no cemitério de Ovar, onde jaz quase esquecido dos seus conterrâneos.
Texto de Maria José Vinga publicado no quinzenário ovarense
JOÃO SEMANA (15 de Agosto de 1982)
quarta-feira, novembro 17, 2010
A Bateira do Mar «Carlitos»
Nos princípios do mês de Agosto, vindo de Lisboa, o Amigo Marques da Silva mimoseou, por enquanto, a sua própria colecção de modelos com mais uma elegante e requintada miniatura. Ei-la:
Tenho também na memória as «bateiras de ir ao mar», que, em miúdo, via chegar à praia de S. Jacinto, carregadas de caranguejo, o chamado «pilado». (Ler mais in «Martimidades»)
A bateira do mar «CARLITOS», oferecida em 1985 ao Museu de Marinha pela companha «Os Marretas» do Torrão do Lameiro, é uma airosa embarcação, em tudo semelhante ao barco do mar de dois remos, mas de menores dimensões.
Temos conhecimento da existência de bateiras do mar nas companhas de pesca das praias da Beira Litoral, referidas no livro Os Saveiros do Dr. Manuel Leitão.
Contudo, os meus quase oitenta anos não me deram oportunidade de ter visto estas bateiras a trabalhar, mas eu também não conheci a praia do Torrão do Lameiro, que fica entre a Torreira e o Furadouro, no concelho de Ovar.
Vi bateiras do mar a pescar na praia de Esmoriz em 1958, com a rede de mugiganga, para apanhar camarão, mas mais pequenas e mais leves do que a «Carlitos».
Na recolha efectuada pela Dr.ª. Ana Maria Lopes para o seu livro O Vocabulário Marítimo Português…, encontramos, na página 108, a fotografia de uma bateira do mar, na praia da Costa Nova. Esta imagem é sem dúvida a do tipo de bateira que eu recordo, muito parecida com a que vi em Esmoriz.
segunda-feira, novembro 15, 2010
OOoooooohhhhh, que pena!!
Maria Manuel foi a concorrente eliminada na edição dos «Idolos» deste domingo. O programa perdeu uma concorrente, mas o concelho de Ovar ganhou mais motivo de orgulho! Força Maria, para nós és uma vendcedora!
domingo, novembro 14, 2010
sábado, novembro 13, 2010
sexta-feira, novembro 12, 2010
BUZINÃO de PROTESTO
No dia 15 de Novembro, vai-se realizar, na rotunda de acesso à autoestrada em Espinho, pelas 8 horas da manhã, um BUZINÃO contra as portagens nas SCUT. Convinha dar lá um salto.
quinta-feira, novembro 11, 2010
Honrosa
O concurso do cartaz do Carnaval de Ovar produziu esta proposta de Alexandre Rosas.
Ficou com a 1.ª Menção Honrosa.
Associação de Pais
Aos Catorze dias do mês de Outubro do ano de dois mil e dez, realizou-se, no polivalente da Escola António Dias Simões a eleição dos Órgãos Sociais para o Biénio do Ano Lectivo 2010/2011 e 2011/2012.
Assembleia Geral:
Presidente: João Paulo Valente Pinho
Vice-Presidente: José Henrique Rodrigues da Silva
Secretário: Isabel Joaquina Santos Alves
Secretário: Maria Fátima Areias
Direcção:
Presidente: António Justino Dias dos Santos
Vice-Presidente: Manuel Guilherme Lopes Enguião
Tesoureiro: António José Monteiro Gonçalves
Secretário: Luísa Cristina Leite da Silva Ribeirinho
Secretário: Maria Conceição Almeida Clemêncio
Vogal: Sandra Cristina Correia Tavares
Vogal: Filipe Manuel Freire Fernandes
Conselho Fiscal:
Presidente: Rui Filipe Alves Balio Gomes Pinto
Secretário: Maria da Conceição Sanina Graça
Relator: Albertino Oliveira Cruz
Assembleia Geral:
Presidente: João Paulo Valente Pinho
Vice-Presidente: José Henrique Rodrigues da Silva
Secretário: Isabel Joaquina Santos Alves
Secretário: Maria Fátima Areias
Direcção:
Presidente: António Justino Dias dos Santos
Vice-Presidente: Manuel Guilherme Lopes Enguião
Tesoureiro: António José Monteiro Gonçalves
Secretário: Luísa Cristina Leite da Silva Ribeirinho
Secretário: Maria Conceição Almeida Clemêncio
Vogal: Sandra Cristina Correia Tavares
Vogal: Filipe Manuel Freire Fernandes
Conselho Fiscal:
Presidente: Rui Filipe Alves Balio Gomes Pinto
Secretário: Maria da Conceição Sanina Graça
Relator: Albertino Oliveira Cruz
quarta-feira, novembro 10, 2010
Ciclone Teresa
Os Amigos do Cáster organizam esta noite a Ciclone Conferência dedicada ao tema "Protecção da Costa no Concelho de Ovar", com Teresa Fidélis, que terá lugar no Auditório do Orfeão de Ovar, pelas 21h30.
terça-feira, novembro 09, 2010
«Ideias de 90»
Boa ideia esta de elaborar uma espécie de teatro de revista, entrecortado por várias coreografias envolvendo maquetes que marcaram carnavais da década de 1990. Muito embora tenham sido visíveis alguns problemas relacionados com a gestão do tempo e dos fatos apresentados, a Fundação do Carnaval e Miguel Cunha - já lhe chamam o La Féria vareiro -, estão de parabéns!
A homenagem abriu um precedente interessante...
A homenagem abriu um precedente interessante...
segunda-feira, novembro 08, 2010
sábado, novembro 06, 2010
sexta-feira, novembro 05, 2010
Começa a Função
O espectáculo «Ideias de 90» foi concebido por Miguel Cunha, do grupo de passerelle de Válega, Bailarinos.
O Miguel tem sido responsável por diversos espectáculos musicais e de dança, nomeadamente, envolvendo crianças dos jardins de infância do concelho. Vamos ver como se safa com esta empreitada de maior exigência.
A lotação do Centro de Arte está praticamente esgotada. O espectáculo repete amanhã.
O Miguel tem sido responsável por diversos espectáculos musicais e de dança, nomeadamente, envolvendo crianças dos jardins de infância do concelho. Vamos ver como se safa com esta empreitada de maior exigência.
A lotação do Centro de Arte está praticamente esgotada. O espectáculo repete amanhã.
quinta-feira, novembro 04, 2010
quarta-feira, novembro 03, 2010
O Furacão de Cortegaça
O público não teve dúvidas de que quer continuar a ver e a ouvir a Maria nas galas dos Ídolos! Nem o presidente da junta faltou!
terça-feira, novembro 02, 2010
A Força que o Vento tem
O temporal do último fim-de-semana vergou literalmente os ferros que suportavam os outdoors da campanha do candidato presidencial, Manuel Alegre, situados junto à rotunda de acesso à R. de Timor.
segunda-feira, novembro 01, 2010
O «Halloween» é...
Pela mão da Zéni, a Escola de Música Oliveira Muge festejou ontem o «Halloween» com fantasias, doçuras, travessuras e muitas canções. O que, no mínimo, contrasta pela positiva com as viaturas enfarinhadas e os ovos atirados contra as portas visíveis esta manhã pela cidade.
É uma pena quando se «importa» o pior das tradições dos outros...
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