Revista da JOC/LOC
vai na edição 40
Se a cada edição corresponder, no mínimo, um ano a cantar os Reis, dá vontade de parafrasear a cantiga do Paulo de Carvalho: «São muitos anos, muitas horas a cantar». Pois são, mas a troupe da JOC/LOC não se fica limita a saír para a rua a cantar. Por impulso do incansável João Costa, edita todos os anos uma revista que é, a par da «Dunas», da Divisão de Cultura da Câmara Municipal, das poucas que faz do ser vareiro uma forma de estar na vida. Este ano saíu a 40.ª edição.
Este ano, a revista, traz mais uma vez uma capa de Emerenciano, que dispensa apresentações. A revista lê-se de ponta a ponta com grado, mas permitam-me que destaque quem não tem destaque se não for a revista. Aquela gente anónima que faz história sem saber e que a sensibilidade da Revista traz uma vez por ano para primeiro plano. O artigo do «Cauteleiro: O Vendedor de Sonhos» é um exemplo disso, a São, o Tony Gaiato e as Costureiras de Ovar. Depois, há o devido destaque ao empresário vareiro, Artur Duarte, que em tempos de recessão e desemprego, não pára de fazer crescer a sua «Aerosoles». Ele é muito justamente a «Figura Vareira» deste ano. Mas há muito mais. Descubram.
Porque merece, o post do «Zé dos Vidros» é aqui publicado a propósito dos registos áudio das troupes de Reis de Ovar. É à JOC/LOC que pertence o primeiro registo áudio de uma troupe em disco. Tal terá resultado na edição, em 1973, de um single de musicas inéditas, o que ne sempre foi apanágio das troupes.
Fundada em 1959, em 1972 a Troupe da JOC/LOC introduziu a inovação de cantar músicas inéditas, compostas especialmente para os Reis (com a colaboração preciosa do Zé da Vesga, mesmo emigrado no Canadá), aspecto que foi sendo a pouco e pouco adoptado pelas outras Troupes e actualmente se encontra generalizado. Este facto contribuiu para o enriquecimento desta peculiar forma de cantar as “Janeiras”.
Além disso por iniciativa do João Costa, desde 1967, que esta troupe publica todos os anos a revista “Reis” que foca sob uma óptica muito própria, a historia, as pessoas e a vida em Ovar. Acresce que foi a última troupe de Reis de Ovar a cantar para um Primeiro-Ministro, na ocasião, em 1999, para António Guterres, na sua residência oficial.
«Por tudo isso julgo ser justo fazer referência à troupe de Reis da JOC/LOC , sempre que se fala na tradição de Reis em Ovar», dizia ele. Pois tem razão.
A JOC/LOC, em 2005, no cine-teatro
«Pastores e Reis»
Solista: Victor Santos
Letra de Zé da Vesga e direcção musical do Padre Manuel Pires Bastos
Voz:
No horizonte,
a céu aberto,
Uma linda estrela
de raro fulgor
Pairou a brilhar.
Divina fonte,
Luz cristalina,
Nuvens de amor,
Pastores e Reis,
Um anjo a cantar
Coro:
Uma criança,
um berço pobre,
e uma gruta
cheia de ternura,
de fé e de amor.
Menino Jesus,
Promessa de Deus,
Aurora Divina,
Que os cifrões ateus
Querem apagar...
Voz:
A fé do povo
É a verdade,
que não se mistura
com a mentira
de falsos profetas.
É uma prece
de alma lavada,
erguida ao Céu,
Pedindo a Deus
O Seu muito amor
Coro:
A esperança
Será o futuro
Quando a criança
Receber os homens
verdade e amor.
Menino Jesus,
Promessa de Deus,
Aurora Divina
Que os cifrões ateus
querem apagar.
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