quarta-feira, maio 10, 2023

Stadler quer ficar em Portugal a longo prazo
Os suíços da Stadler não adiantam mais detalhes sobre a proposta para a construção da fábrica, em parceria com o grupo Salvador Caetano, no concelho de Ovar. Assumem, no entanto, a vontade de ficar em Portugal no longo prazo e para lá da produção das 117 novas automotoras: “Não procuramos um parceiro industrial como a Salvador Caetano para logo a seguir fecharmos e irmos embora”, referiu Roman Blásquez, diretor de vendas da fábrica da Stadler, em Valência.

A empresa suíça vai fornecer os 22 novos comboios regionais à CP a partir de outubro de 2025, quatro anos depois da entrada em vigor do contrato. A companhia assume que “os prazos de entrega não costumam ser dilatados” e alega que a sinalização é a “principal dificuldade” para que as unidades cheguem mais cedo aos carris nacionais.

Todos os novos comboios que vão chegar a Portugal estão equipados com o sistema de segurança europeu ETCS. No entanto, o sistema instalado nas linhas de comboio em Portugal é o Convel, desenvolvido na década de 1990. Sem “tradutor”, designado de STM, os novos comboios não iriam conseguir ler os sinais transmitidos pelas balizas do Convel instaladas em mais de 1.500 dos 2.562 quilómetros da rede ferroviária nacional. A Stadler é uma das empresas que pertence ao consórcio que vai tentar responder a este problema – a Alstom está a desenvolver uma solução independente, o Convel Dual.

Fora do concurso antes da fase final ficou a Siemens, que apresentou uma proposta conjunta com a Talgo. “Tivemos dificuldade em alguns critérios do caderno de encargos, como a revisão de preços. A guerra na Ucrânia tinha começado há pouco tempo e havia uma inflação que estava numa taxa muito elevada. Identificado o risco, estávamos convencidos que não havia concorrentes com tanta coragem, como o demonstraram, para um contrato com estas características”, assumiu Luís Candeias, líder da Siemens Mobility para o mercado português. A empresa alemã ficou de fora do concurso porque propôs um orçamento 300 milhões de euros acima do preço-base, escreveu em janeiro o jornal Público.

O vencedor dos 117 novos comboios será conhecido ainda neste semestre. As novas unidades serão exclusivamente elétricas e serão usadas nos serviços regionais (55 automotoras) e suburbanos (62 automotoras). As primeiras entregas começarão em 2026.
https://www.ovarnews.pt/?p=71603

Sem comentários: