quinta-feira, setembro 02, 2010

Vareira Font






















As pérolas encontram-se escondidas onde menos se espera. O autor do «Zuminho» andava a 'micar' uma, há anos, que existe em Ovar.

Estava lá guardada, não havia necessidade de se apoquentar e apressar a registar e desenhar a pérola/tipografia que estava lá bem aconchegada, explica.

Considerava-a um achado e deixou-a estar. Contudo, depois de meses sem vir a Ovar, deparou-se com  o efeito do devir do tempo. A casa onde em tempos funcionou o Café Parque, junto ao Jardim Almeida Garret (ou da Estação), já degradada, começou a ruir e agora, cercada por tiras dos bombeiros, tem já data marcada para demolição.

Apressou-se a ir tirar fotografias, mesmo à noite, manhosas, sem tripé. «E dei um pouco de vida ao meu projecto que guardava há anos. Só falta agora completar o abecedário, labutar um pouco no 'font lab' e espaçamentos e tal e coisa».

E assim, dentro de semanas, vai sair no «Zuminho» a edição de uma nova fonte. O nome dela? Vareira! claro está!

3 comentários:

Curioso do Mundo disse...

Olha o velho Café Parque retiro de operários,empregados e pequeno burgueses onde se aprendia a começar a ser grande.A partir dos 14 anos eram os 5 tostões de(3) cigarros português suave que vorazmente eram queimados em belas noites de Maio estendidos na relva do jardim.Os graúdos digladivam-se em acirradas partidas de dominó a 10/15 tostões consoante a classificação obtida,chegando o vício a depauperar os já magros salários ganhos com o suor que o barro amassou.Era o tempo dos "branquinhos com gasosa" e de grandes jogos de matraquilhos para ocupar os tempos livres.Por essa altura os dedos das duas mãos chegavam para contar os automóveis estacionados à volta do jardim da estação como era conhecido.Mais perto de Abril 74,também foi palco de conversas mais ou menos susurradas de grupos mais jovens que politicamente mais esclarecidos,ajudaram a compreender que era preciso mudar qualquer coisa.A guerra colonial era tema muito debatido por quem já lá tinha estado e outros cuja partida iminente fazia temer o futuro.Com a Revolução dos Cravos e a imensa alegria que se seguiu,as vozes no Café Parque,também perderam o medo e lançaram-se à conquista de direitos e dignidade que foram avançando e/ou recuando à medida que a "ronha" de alguns "democratas"foi impondo como valores o individualismo,o egoísmo e o salve-se quem puder com os resultados que hoje conhecemos.A degradação do velhinho Café Parque,é o exemplo acabado da ruína a que o aparelho produtivo do concelho tem vindo a ser conduzido.Os tempos são outros,abrem-se e fecham-se pquenos estabelecimentos,pululam os grandes centros comerciais com ar condicionado para ir ver as montras,e gastar o que o cartão de plástico deixar.Não sei o que vai sair do buraco que o velho café vai deixar vago.Tendo em conta o espaço circundante,o mais certo é que (no espaço nobre que devia ser,e não é, a entrada em Ovar para quem vem de comboio)acabe por sair mais um mamarracho a condizer e para não destoar da bagunçada...A ver vamos o que dizem/fazem os ilustres urbanistas desta terra!

Anónimo disse...

há muita maneira de se prestar homenagem ao que nos rodeia mas esta encheu-me as medidas

Anónimo disse...

Ouvi dizer que o declínio do Café Parque se ficou a dever, em grande parte, à colaboração dum funcionário que, politicamente evoluído e até pretendente a outros voos, resolveu aplicar o socialismo ao estabelecimento e as ofertas eram mais que muitas, com grande mágoa da caixa registadora.
claro que assim nada resiste.
O resto é paisagem.