terça-feira, abril 02, 2024
No I Encontro da Canção Portuguesa, realizado no dia 9 Março de 1974, no Coliseu dos Recreios, lá estava Manuel Freire.
Antes de começar a cantar teceu considerandos sobre a importância do encontro, e em ar de piada foi dizendo que como mora longe de Lisboa, e tem de viajar de combóio, tinha ‘perdido’ algumas letras de canções e até mesmo perdera a última quadra do que ia cantar, a ”Dulcineia”. Realmente, nesse dia não a cantou limitando-se a trauteá-la.
Hoje, recorda o caso especial que foi aquela canção não foi proibida "mas os versos finais não podiam ser cantados".
"Não era costume a censura cortar letras, ou proibiam a canção toda ou não cortavam".
No seu caso abriram uma excepção e disseram-lhe: "Pode cantar a Dulcineia, com excepção dos 4 últimos versos".
Quando entrou em palco, nesse dia, "contei uma história: Que era de longe e tinha vindo de comboio de Ovar. A janela estava aberta e uma rabanada de vento levou as folhas que eu trazia e com elas esses versos".
No último sábado, cantou a "Dulcineia" integral no espetáculo docinquentenário do 25 de Abril no Coliseu dos Recreios. “José Afonso e as Gerações de Abril” recriou o I Encontro da Canção Portuguesa, 50 anos depois desse evento em que José Afonso entoou “Grândola, Vila Morena” perante um Coliseu cheio – e face a muitos militares que poucos dias depois fariam o golpe da revolução.
No concerto desta sexta-feira, os artistas recuperaram ao vivo a discografia de José Afonso, segundo o comunicado de imprensa, “dando novas roupagens às suas músicas ou apenas reproduzindo-as com outras vozes e sensibilidades”.
https://www.ovarnews.pt/?p=79383
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