sexta-feira, outubro 13, 2006

«AS LINGUAGENS DO RISO»


O riso nas suas diversas manifestações, cómicas, satíricas e farsescas, esteve, desde os primórdios, associado ao Teatro. Na Grécia antiga as primeiras comédias estavam associadas às manifestações religiosas de celebração a Dionísio (Deus do vinho, símbolo da fertilidade e da procriação). Nos desfiles de mascarados os homens disfarçavam-se de animais, cantando e dançando. A bebida que estava sempre presente originava um clima de euforia humorística e os costumes e as pessoas conhecidas na comunidade eram ridicularizadas. Mais tarde começaram a ser retratados temas míticos que eram representados por coros de sátiros (personagens da mitologia grega) e assim nascia o drama satírico, ou sátira que incluía vários actores, máscaras e figurinos. A fantasia e a irreverência assumem-se, com o decorrer do tempo, como marcas particulares da sátira. Os gregos eram adeptos da máxima “mens sana in corpore sano”, mente sã em corpo são, e por isso o teatro era visto como uma manifestação dessa simbiose ideal entre corpo e mente. O riso e o movimento em parelha com o espírito atento e crítico daquele que observa tudo o que o rodeia, são factores potenciadores da alegria e da “ginástica” do cérebro.
A XIII edição do Festival de Teatro de Ovar inicia-se sob este tema e oferece ao público um conjunto de trabalhos que ilustram, sob os mais variados aspectos, as diferentes cambiantes do verbo “rir”: o riso divertido, o riso “amarelo”, o riso amargo, o riso trágico, o riso “louco”.
Serão 7 semanas de espectáculos que voltam a fazer de Ovar a “capital” do Teatro nos meses de Outubro e Novembro de há treze anos a esta parte. Uma referência é também devida aos ilustres personagens que vão fazer a Abertura oficial deste evento: O Grupo de Bandolins de Esmoriz, o encenador Pompeu José e o actor Armindo Cerqueira.
A todos quantos estiveram e continuam a estar connosco, sejam instituições, empresas ou, simplesmente, pessoas que “amam” o nosso eterno agradecimento e consideração.
Que suba o Pano…


Fernando Rodrigues, Director do Festival

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