Futebol: Ovarense
Ex-capitão Artur e Hugo Coelho rescindiram
O ex-capitão Artur e o defesa Hugo Coelho rescindiram hoje com a Ovarense, elevando para 10 o número de futebolista a abandonarem o clube da Liga de honra desde Novembro último, por salários em atraso.
"Foi uma decisão difícil e tomei-a com muita mágoa. Tenho dois filhos para sustentar e se não fosse a minha família (o meu pai) não sei como teria conseguido sobreviver", afirmou à Agência Lusa o carismático e mais "velho" jogador da Ovarense, com 17 anos de "casa".
O jogador, a quem a direcção deve sete meses de salários da época transacta e três meses da actual, pede desculpa aos sócios por terminar desta forma o seu vínculo com o clube, com o qual tinha mais dois anos de contrato.
"Os sócios e os amigos têm-me manifestado todo o seu apoio, mas têm que compreender que a minha decisão não foi fácil. Eu mesmo sou sócio da Ovarense e espero voltar um dia a trabalhar na instituição como dirigente ou como treinador, quem sabe?!", avançou o atleta.
Artur foi o atleta que deixou a braçadeira de capitão para não sofrer na pele a crise que a Ovarense atravessa, mas o próprio foi o primeiro a alertar a cidade para o que se estava a passar.
"Fi-lo em tempo útil, mas a cidade não reagiu. Agora pode ser tarde demais e por este andar vai ser o abismo", concluiu o jogador, magoado com as promessas do presidente Carlos Brás, promessas, essas, nunca cumpridas.
Hugo Coelho, por sua vez, alega estas e outras razões para a sua atitude.
"A situação é insustentável. Para além dos salários, não temos condições humanas para continuar. Não temos médico, massagista e a direcção só promete e não cumpre", concluiu o defesa central.
A situação dos salários em atraso foi espoletada desde a época passada pelo guarda-redes Sérgio Leite. Os jogadores alegavam sete meses de ordenados em atraso.
Assinaram uma nota de pagamento em Junho para que a Ovarense se pudesse inscrever na Liga de Honra, mas como o pagamento não foi efectuado, Alex Garcia, em Outubro, entrou com uma acção em tribunal, à qual a direcção não compareceu.
Seguiram-se as rescisões desde Novembro, que levaram a um pré- aviso de greve antes do jogo com o Portimonense, entretanto desconvocada pelos jogadores.
A direcção prometeu pagar os salários em atraso até 21 de Dezembro, antes das férias de Natal, mas tal não veio a suceder.
Desde aí, além dos sete atletas que já rescindiram, hoje foi a vez dos médios Edu e Artur, além do defesa Hugo Coelho.
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