Vítima mortal recordada pelos pais
como "um filho exemplar"
A vítima mortal, Geofrey Fernandes, de 20 anos, era filho de ex-emigrantes em França e residia em Esmoriz, Ovar. Segundo o pai, Manuel Fernandes, o jovem saiu de casa para ir levar o irmão mais novo, Josselin, de 17 anos, a um bar naquela praia. Visivelmente consternado, diz que "estava em casa com a minha mulher, quando ouvi os bombeiros senti logo que era ele". Com as lágrimas nos olhos e voz trémula, guarda na memória "um filho exemplar, que não bebia, nem sequer fumava".
Na casa nova, que o Geoffrey adorava, a mãe, Maria de Lurdes, também teve logo o pressentimento de que tinham sido os seus dois filhos. "São os nossos filhos, disse, liguei para o telemóvel do Geoffrey mas ele não atendeu e então tive a certeza, pensava é que tinham sido os dois", conta.
O jovem, que conduzia um Citroen C4, completava 21 anos a 20 de Novembro. Tinha acabado o curso de Formação Profissional de Gestão Informática, na Escola Profissional de Espinho. "Era um bom aluno, era bom em tudo", dizem os familiares e amigos que ontem estavam junto da família enlutada.
Profissionalmente pretendia trabalhar com o pai no talho (Varandas do Sol), na Avenida da Praia de Esmoriz. A mãe recorda ainda que desde que há sete meses foram viver para a nova casa. Geoffrey passava muito do tempo nas traseiras, perto da Barrinha de Esmoriz, a observar os animais com binóculos. Há um ano e meio namorava com Vera, uma jovem enfermeira com quem pretendia fazer uma "viagem bonita a Cabo Verde ou à Bulgária".
O corpo encontrava-se ontem no Gabinete de Medicina Legal do Hospital S. Sebastião, em Santa Maria da Feira, não havendo ainda, à hora de almoço, certezas quanto à data do funeral.(«Comércio»)
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