terça-feira, dezembro 18, 2012

Tarifas que a ADRA quer impor em Ovar são inaceitáveis!


Para os consumidores domésticos, no concelho de Ovar, a água já se paga quase ao mesmo preço que se pratica em Aveiro (Tabela I).
Nos dois primeiros escalões já não há diferenças; a AdRA já anunciou que pretende eliminar as que ainda restam.
O objetivo, dizem, é nivelar os preços (leia-se, obrigar a pagar os preços mais caros) nos concelhos da Região de Aveiro.
Baixar para preços inferiores é perspetiva que nunca se coloca.
Tabela II

A tarifa fixa, a dita taxa de disponibilidade, já é paga no concelho de Ovar pelo mesmo valor do de Aveiro.
Esta taxa afigura-se extremamente injusta, pois não reage ao nível de utilização.
Consuma-se muita ou pouca água - logo, recorra-se mais ou menos ao sistema - paga-se o mesmo.
Tabela III

Para os demais utilizadores o panorama não muda, aliás, aí as taxas já se encontram todas niveladas, Tabelas III e IV.
Tabela IV

O quadro mantém-se com as taxas de saneamento de águas residuais. Não há diferenças entre os valores de Ovar e de Aveiro, Tabela V.
Tabela V

Esta política da AdRA, de a todos fazer pagar pela bitola mais alta que se pratica na região, resulta, ao que parece, de acordos estabelecidos com as câmaras municipais, sendo justificada com a necessidade de se garantir a sustentabilidade da empresa.
Infelizmente, ao grande público, é vedado o acesso aos pormenores da gestão da empresa para se aferir da veracidade de semelhante justificação.
Pretendem que se acredite no que dizem...
Independentemente dessa intenção, o que se observa é que esse tipo de argumentação é utilizado para tudo, menos para as famílias.
Quem se preocupa com a sua sustentabilidade?
Quem se interessa que disponham ou não do nível de rendimentos para assegurar uma vida digna?
A AdRA não parece incomodar-se com essas questões, apesar de fornecer um bem vital à vida que, de forma alguma, pode estar sujeito à ganância do lucro.
Com o preçário que está a impor, ignora olimpicamente as enormes diferenças no nível de vida das populações dos diferentes concelhos.
E aqui não se escutam as vozes oficiais a reclamar que os rendimentos mais baixos subam em todo o lado até ao nível dos mais elevados.
Os dados disponibilizados pelo INE, referentes ao poder de compra concelhio, não deixam margens para dúvidas sobre o caráter inaceitável do que está a ser imposto à população do concelho, em particular.
Tabela VI

Enquanto que em Ovar, o poder de compra per capita (por pessoa) é inferior ao do país, representando apenas 83.52% do nacional, o de Aveiro supera o poder de compra per capita nacional em mais de um terço (+34,76%).
Fazendo-se a comparação entre os dois concelhos, verifica-se que o poder de compra per capita em Aveiro é superior ao de Ovar em mais de 60% (+61,35%).
Nada disto é levado em consideração pela AdRA.
A continuar assim o acesso à água, direito humanos fundamental, poderá transformar-se num tormento para muitos.
Gráfico abaixo confirma que o concelho de Ovar tem um dos preços da água mais caros da região, nitidamente superior ao que é praticado em vários dos concelhos das proximidades.

O gráfico original encontra-se no Jornal O Regional, de São João da Madeira, de 5 de abril de 2012.
E como a AdRA faz parte das Águas de Portugal, este vídeo tem o seu interesse.

(in «Renascer»)

1 comentário:

André disse...

E na altura de votar nas últimas autárquicas, quem escolheram? Os que Diziam que não sabiam o que iam fazer (embora tenham sido eles a trazer o assunto à baila), os que diziam declaradamente que queriam vender à ADRA, ou os que não queriam vender à ADRA?

Eu por mim tenho a consciência tranquila, mas a esmagadora maioria esteve a borrifar-se para isso, portanto agora inchem e não chorem.