segunda-feira, julho 25, 2022

Grande produção cinematográfica está a ser rodada em Estarreja
Até 2 de agosto, o território estarrejense é cenário de uma grande produção cinematográfica da Cinemate, SA e da Costa do Castelo – Filmes, Lda, que resultará numa série intitulada “Projeto Delta”, a ser exibida pelo canal de televisão SIC, em 2023.

A primeira temporada da série televisiva, com 8 episódios, faz o enquadramento histórico e científico de toda a história, que se passa em Avanca – Estarreja e, em volta, de uma personagem mistério que seguiu todas as pisadas de Egas Moniz, incluindo a sua formação em Coimbra. O elenco conta com atores reconhecidos nacional e internacionalmente como Vera Alves, Bruna Quintas, Igor Regalla, Ana Lopes, Pedro Laginha, Carla Chambel, Custódia Gallego, Carla Andrino, Mariana Monteiro, entre tantos outros.

Política cultural do Município promove desenvolvimento territorial integrado

A política cultural do município de Estarreja, capaz de mobilizar os diferentes agentes locais e assente numa estratégia de desenvolvimento territorial integrado, tem como prioridade estratégica aliar a cultura, a criatividade, a educação e a economia.

A vereadora da Cultura, Isabel Simões Pinto, afirma que a “produção cinematográfica tem vindo a consolidar-se no nosso território, fruto do trabalho de quase quatro décadas do Cineclube de Avanca.”

Relembra que, há três anos, “inaugurou-se uma forma diferente de olhar o cinema do mundo, com implemento inovador na formação das novas gerações que têm estado a fazer o cinema português, criando o primeiro fundo local de apoio ao cinema produzido em Portugal, o Avanca Film Fund, que tem como objetivo apoiar, preferencialmente, projetos cinematográficos e/ou audiovisuais de autores que participem no “Creative Film Workshops”, do Festival Internacional de Cinema AVANCA, e que sejam rodados no nosso território.”

Egas Moniz é inspiração de série televisiva

O “Projeto Delta” nasce assim na edição de 2019 do Festival, onde dois amigos, o médico António Miguel Pereira, e o realizador Tiago Pimentel, participaram nos workshops do Festival, exploraram a história e as descobertas científicas do nosso Prémio Nobel, Professor Egas Moniz, e criaram uma história fantástica inspirada na investigação do neurocientista, que será agora uma série televisiva.

Tiago Pimentel recorda que na sua participação no Avanca Film Festival surgiu “uma sinergia quase imediata com a cidade de Estarreja e, especialmente com Avanca, pela sua ligação e toda a investigação na área das neurociências de Egas Moniz.” Conta ainda que “para o nosso projeto, que envolve muito estudo sobre saúde mental, mas também muita ficção sobre os sonhos e o inconsciente, pareceu-nos que esta sinergia era o casamento perfeito.” Entre os dois amigos, ambos coargumentistas da série, saltou logo uma questão natural: “Por que não rodar na cidade em que esta área foi e é tão simbólica e relevante?”

A cultura é motor de desenvolvimento. A autarquia aposta neste sector, diminuindo as desigualdades culturais, através de novos projetos e estratégias, respondendo às necessidades dos diferentes públicos e das diversas áreas artísticas.  Nas palavras de Tiago Pimentel, “o papel do poder local, talvez até mais do que o central, é muito mais relevante, porque ao apostar nestas iniciativas dá visibilidade às especificidades culturais do seu território e não só. Pode ainda potenciar o interesse de outras produções, estimula a curiosidade do público em visitar a região e mexe com a economia local.”

Já a atriz Vera Alves realça que os apoios do poder local atribuídos ao cinema são importantíssimos “por um lado, descentralizam a arte dos grandes centros urbanos e, por outro, permitem revelar e mostrar a identidade do território no qual estamos a rodar determinada produção.” Na sua opinião, além de atriz é historiadora, vê no cinema uma excelente oportunidade de falar de personagens históricas que são uma referência nacional. “Não temos o hábito de escrever sobre estas personagens tão importantes e interessantes para a nossa história talvez por questões económicas, porque estas produções são muito dispendiosas. Neste caso, a investigação de Egas Moniz é inspiração para este guião e este guião é exceção em Portugal.”

A autarca conclui que a produção e a rodagem da série no concelho de Estarreja “contribui, por um lado, para a afirmação de Estarreja na área das indústrias criativas, como cluster de produção cinematográfica de diversos projetos e, por outro, para divulgar, promover e valorizar o nosso património cultural e o nosso território, documentando a nossa identidade cultural e dinamizando, simultaneamente, a economia local”.

Este projeto possibilita, ainda, o envolvimento da comunidade local, com a participação de figurantes locais e levar Estarreja aos quatro cantos do mundo com a oferta da produção, pela Cinemate, SA e pela Costa do Castelo – Filmes, Lda, de dois documentários promocionais do território.

 
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