Fundação do Carnaval de Ovar
Presidente da CMOvar questiona oposição PSD
Na última reunião de Câmara, aquando da apreciação do Relatório de Gestão e Prestação de Contas da Fundação do Carnaval, relativo a 2006, os vereadores do PSD criticaram o referido relatório e, quando suscitada uma oposição construtiva, Álvaro Santos disse que a sua vontade e disponibilidade era para ser presidente de Câmara… O presidente da Câmara Municipal, Manuel Alves de Oliveira, criticou vereadores do PSD, questionando a sua acção política: “Eu não sabia, ou desconhecia que ser vereador da oposição representa um pedido de dispensa de qualquer tipo de contributos”.
Numa altura de estabilidade democrática, em que se fala, cada vez mais, numa oposição construtiva, numa oposição colaborante, na união de esforços entre poder e oposição, com vista à qualidade de vida da população, os vereadores do PSD de Ovar recuaram e mostraram o que é fazer oposição por oposição.
Numa análise ao Relatório de Gestão e Prestação de Contas da Fundação do Carnaval 2006, os vereadores do PSD criticaram o agravamento da situação financeira. O vereador José Américo salientou que “este agravamento se deve ao aumento do nível de segurança e dos seguros contratados, com vista ao aumento da segurança e das garantias de quem participa e assiste ao Carnaval. Além disso, foi deduzido IVA relativo à venda de bilhetes, consoante a legislação em vigor. Relativamente aos gastos com a animação, esta não se traduz só em receitas líquidas nas contas da Fundação, mas fomenta a actividade comercial da cidade, gerando proveitos que não têm tradução nas contas apresentadas”. O presidente da CMOvar considerou que o Carnaval é um produto que constitui uma mais valia para o concelho e “independentemente das questões relacionadas com as contas, constata-se que o Carnaval tem tido, graças ao esforço e dedicação de colaboradores da Fundação e dos grupos e escolas, um acréscimo de qualidade”.
Perante as críticas, o vereador e presidente da Fundação do Carnaval de Ovar, José Américo Sá Pinto, lançou o desafio para o vereador Álvaro Santos assumir a presidência da Fundação do Carnaval, colocando o seu lugar à disposição. Álvaro Santos foi peremptório “a minha vontade e disponibilidade era para ser presidente da Câmara Municipal, e uma vez que o povo não quis, estou aqui a desempenhar as funções de vereador da oposição”.
Autarca questiona acção política do PSD
Manuel Alves de Oliveira salientou que todos os contributos são bem vindos, desde que se traduzam em acção e compromisso na procura de acrescida qualidade, reforçando que “estamos disponíveis para acolher esses contributos, quer no que concerne ao modelo de organização, quer no que concerne à gestão”.
O autarca vareiro questionou ainda o papel da oposição social-democrata, afirmando: “Eu não sabia, ou desconhecia que ser vereador da oposição representava um pedido de dispensa de qualquer tipo de contributos. Não sabia que os eleitores que votaram nos senhores vereadores do PSD os dispensaram de dar contributos construtivos e positivos para o desenvolvimento do concelho de Ovar. A população do concelho deve perguntar-se e ter conhecimento de que os senhores vereadores do PSD se dispensaram de dar contributos só porque não ganharam as eleições. Há questões que importa colocar: Porque é que estão presentes nas reuniões? Em que se traduz a sua acção política? Para que serve a sua acção? O que é a política para eles? Pela nossa parte, temos ideia bem diferente do exercício da democracia e do pluralismo. E achamos lamentável que quem tanto prega a democraticidade e participação, se demita, deste modo, do exercício do seu dever”.
1 comentário:
O Doutor Professor Zé já ganhou a piada individual do Carnaval de Ovar 2008.
E o prémio Poetas Vareiros 2008 vai para o Manel Bigodes, com o pseudónimo "Bertold Brecht":
Dificuldade de governar
Todos os dias os ministros dizem ao povo
Como é difícil governar. Sem os ministros
O trigo cresceria para baixo em vez de crescer para cima.
Nem um pedaço de carvão sairia das minas.
Sem o Ministro da Saúde
Mais nenhuma mulher poderia ficar grávida.
Sem o Ministro da Guerra
Nunca mais haveria guerra.
E atrever-se-ia a nascer o sol
Sem a autorização do Ditador?
Não é nada provável e se o fosse
Ele nasceria por certo em outro lugar.
É também difícil, ao que nos é dito,
Dirigir uma fábrica. Sem o patrão
As paredes cairiam e as máquinas encher-se-iam de ferrugem.
Se algures fizessem um arado
Ele nunca chegaria ao campo sem
As palavras avisadas do industrial aos camponeses: quem,
De outro modo, poderia falar-lhes na existência de arados? E que
Seria da propriedade rural sem o proprietário rural?
Não haveria necessidade de espíritos tão esclarecidos como o Ditador.
Se o operário soubesse distinguir um campo de uma forma para tortas
Não haveria necessidade de patrões nem de proprietários.
É só porque todo mundo é tão estúpido
Que há necessidade de alguns tão inteligentes.
Ou será que
Governar só é assim tão difícil porque a exploração e a mentira
São coisas que custam a aprender?
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