terça-feira, outubro 25, 2005

Esmoriz
Despoluição da Barrinha
«varrida» do PIDDAC


Causou perplexidade em Ovar o facto da obra de despoluição da Barrinha de Esmoriz não constar do PIDDAC (Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central) para 2006.
Depois de ter figurado no documento cuja eficácia cessa no final deste ano, com uma verba de 23 mil euros, e depois ainda do ministro do Ambiente ter garantido que as verbas inscritas no PIDDAC previstas para este ano para a requalificação ambiental da Barrinha de Esmoriz, se iriam manter e reforçar, a proposta do documento conhecida esta semana trouxe a desilusão.
Surpreendido com o facto e apesar de não estar na posse de qualquer explicação oficial, o presidente da Câmara Municipal de Ovar, Manuel de Oliveira, adiantou que o «projecto de despoluição se encontra nas mãos do ministério do Ambiente e das três câmaras envolvidas». O autarca socialista, que há pouco mais de duas semanas visitou o local na companhia de deputados socialistas, deposita confiança nestas entidades e vai esperar para ver. Quem não se conforma com a eliminação do projecto é Alcides Alves, presidente da Junta de Freguesia de Esmoriz. «Isto é sepultar tudo o que foi feito na Barrinha nos últimos tempos», lamentou, acusando o Governo de travar o desenvolvimento da cidade, «que não vai acontecer enquanto ali estiver aquela fossa a céu aberto». Alcides Alves promete escrever a Nunes Correia, ministro do Ambiente.
Já o presidente da Comissão Política Concelhia do PSD de Ovar, Álvaro Santos, deixa em aberto a possibilidade de haver verbas destinadas ao Instituto de Conservação da Natureza que podem ser aplicadas na Barrinha. Sobre o projecto de despoluição que conhece bem, lembra que deverá «estar concluído em Outubro do próximo ano, «após o que se seguirão as fases de desassoreamento e valorização do ecossistema». Não havendo verbas, «tudo ficará mais difícil de concretizar», concluiu.
João Frazão, coordenador distrital da CDU, é pragmático, embora lamente a ausência de verbas para o projecto: «Ou se tem ou não se tem vontade de intervir e fica claro, que neste caso, o Governo não tem vontade de resolver o problema».
Recorde-se que o presidente do PSD de Ovar presidiu à Estrutura de Coordenação e Controle das Intervenções da Barrinha de Esmoriz que funcionou na dependência directa do Ministro das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente.
A estrutura, em coordenação com a Universidade de Aveiro, efectuou uma série de actividades a nível ambiental, e foi a responsável pela instalação de um dique fusível, com o objectivo de controlar as descargas da Barrinha nas águas do oceano, em especial durante a época balnear. Hoje, os «restos mortais» da referida obra de engenharia jaz sob as águas da laguna.(ler mais em «DA» de hoje)

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