Portagens da Scut's
Ovar vai exigir regime de excepção
O presidente da Câmara Municipal de Ovar voltou a declarar a sua oposição à introdução de portagens nas auto-estradas sem custos para os utilizadores (SCUT), nomeadamente na Costa de Prata que serve directamente o concelho de Ovar.
Manuel de Oliveira insiste nos argumentos já expostos em Maio último quando a mesma possibilidade foi ventilada, sublinhando “o contexto geográfico do concelho de Ovar – equidistante do Porto e de Aveiro -, os indicadores de desenvolvimento sócio-económico desta região, (que nos últimos meses têm sofrido um visível e notório agravamento) e a inexistência de alternativas capazes no sistema rodoviário quer para Aveiro quer para o Porto”.
A conclusão e entrada em funcionamento da A29 tiveram consequências ao nível da EN109, a única alternativa gratuita à disposição dos automobilistas. “Se um utilizador de Ovar quiser deslocar-se ao Porto, via EN 109, não o poderá fazer, porque esta via termina em Espinho, desde que a nova via entrou em funcionamento”, argumenta Manuel de Oliveira.
Todos estes factores, assegura o autarca, “desaconselham e fundamentam a não aplicação de portagens para os utilizadores aqui residentes”. Se tal vier mesmo a concretizar-se, o autarca socialista admite que a única solução é a criação de um regime de excepção para os residentes no concelho de Ovar”.
Embora reconhecendo o contexto de grandes dificuldades orçamentais que o País atravessa e a necessidade de adopção de medidas imediatas para fazer face à derrapagem do “déficit”, o chefe do executivo vareiro discorda em absoluto da eventual introdução de portagens na SCUT “Costa de Prata”.
A ameaça, no entanto, poderá mesmo concretizar-se a partir de 2007, ano em que os custos do Estado disparam de 420 milhões de euros para quase 700 milhões de euros. O ministro das Finanças voltou a pôr o assunto na agenda numa recente entrevista à SIC, tendo prometido novidades sobre a matéria para 2006. Quando questionado sobre se ponderava a possibilidade de introduzir portagens em algumas SCUT para reduzir o esforço do Estado, Teixeira dos Santos respondeu com certeza que sim.
O estudo para o novo modelo de financiamento da rede rodoviária, incluindo as auto-estradas sem custos para o utilizador, deverá estar concluído durante 2006, revelou o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações. “O estudo do Governo para um novo modelo geral de financiamento da rede rodoviária nacional, incluindo as SCUT, estará concluído durante 2006 para ser apresentado em conselho de ministros”, explicou Mário Lino.(«DA»)
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