Mais de 150 particulares
notificados para limpar matas
Mais de centena e meia de proprietários florestais foram notificados pela Câmara Municipal de Ovar para procerem à limpeza das matas, nos últimos dois anos. O número é avançado pelo vereador do pelouro do Ambiente da Câmara Municipal de Ovar, José Américo, que chama a atenção para o facto da maioria das florestas do concelho serem propriedade de particulares. «À autarquia compete notificar para que procedam à limpeza, reduzindo o risco de incêndio», esclarece. Desde 2003, que os serviços emitiram mais de 150 notificações a particulares no sentido destes procederem às respectivas limpezas, concedendo um prazo, findo o qual a autarquia toma posse administrativa e avança ela própria para a operação.
«Mas são tantos», queixa-se Américo, «que é quase impossível à câmara proceder a todas as limpezas em falta». Assim, a autarquia tem previlegiado os trabalhos nos terrenos que são da sua propriedade, mas reconhece «haver muito mais a fazer». No entanto, lembra que grande parte desse trabalho pertence à Direcção Geral de Florestas realizar, já que se encontram em zona de reserva ecológica.
José Américo adianta que reuniu em 2004 com o organismo para candidatar as matas do concelho ao Programa Agris que vai proceder às necessárias limpezas. «O que me preocupa é a imensidão de terrenos particulares», considera o vereador, certamente ainda recordado dos maiores incêndios dos últimos 15 anos, ocorrido no início deste mês, entre Maceda e Arada, passando pela zona industrial de Ovar, e que obrigou ao encerramento da EN 109 e linha do Norte da CP.
Por outro lado, José Américo conta que, entre 2004 e 2005, já emitiu mais de duas dezenas de contra-ordenações porque as pessoas insistem em foguear nas matas. «São quase todas vindas da região a Norte do nosso concelho», revela o vereador do Ambiente. Ao fim-de-semana, a zona florestal de Ovar apinha-se de famílias em busca do fresco da sombra e do verde proporcionado pela vegetação e abanca para os habituais pic-nics. O SEPNA (Serviço de Protecção da Natureza) da GNR e os fiscais da edilidade levantam a respectiva contra-ordenação a quem for apanhado a prevaricar. José Américo apela: «Deixem os fogareiros em casa e tragam a comida pronta». «Em muitos casos isso já se vê», congratula-se, «o que nos leva a pensar que aos poucos e fruto da campanha iniciada em 2003, as pessoas estão a mudar hábitos, mas há sempre alguns que não se lembram do perigo». Nesses casos, as autoridades têm de actuar, multando, sublinha.(in «Diário de Aveiro», de 24 de Agosto)
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