Carnaval é a festa gorda que vem
de longe e sinónimo de fertilidade
Por esta altura, os voos para o Rio de Janeiro, para Veneza ou até para Santa Cruz de Tenerife costumam estar a abarrotar de foliões que não querem deixar de participar nos tradicionais e exuberantes festejos carnavalescos. Em Portugal, o mais célebre é o Carnaval de Ovar, que atrai sempre milhares de pessoas. Com diferenças consoante as latitudes, um ponto comum são os desfiles de carroças e grupos de mascarados ou de bailarinos. Mas alguns historiadores defendem que o Carnaval começou no princípio da nossa civilização e remonta à antiga Suméria e Egipto. Na origem dos rituais estariam as celebrações da fertilidade e das colheitas nas primeiras lavouras, nas margens do Nilo, há mais de seis mil anos. Na Grécia antiga homenageava-se Dionísio, deus do vinho, da cultura e da transformação. Segundo a mitologia, Dionísio foi expulso do Monte Olimpo e sempre que voltava à Grécia, nos primeiros dias da Primavera, era saudado pelos seus fiéis com danças exóticas e muitas bebidas. Na Roma antiga a festa era celebrada nas ruas pelas sacerdotisas que adoravam a Baco - nome latino de Dionísio. Dançavam e gritavam por toda a cidade, provocando a desordem, que contagiava os transeuntes. Mais tarde, as Saturnálias, em homenagem ao deus Saturno - Cronos, para os gregos -, celebravam a liberdade e a igualdade entre os homens. Para uns a palavra Carnaval deriva de "carrum navalis", os carros navais que abriam as Dionisías Gregas nos séculos VII e VI antes de Cristo. Para outros surgiu quando Gregório I, em 590 depois de Cristo, transferiu o início da Quaresma para quarta-feira, antes do sexto domingo que precede a Páscoa. Ao sétimo domingo, denominado de "quinquagésimo", deu-se o nome de "dominica ad carne levandas", expressão que acabaria por ser abreviada para "carnaval". Significava "retirar a carne", referindo-se à proibição religiosa do consumo de carne durante os quarenta dias da quaresma.(«Comércio»)
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