quinta-feira, fevereiro 24, 2005

"Aldeia do Carnaval" de Ovar
dependente de um milhão de euros


O grande projecto da Fundação do Carnaval de Ovar, a "Aldeia do Carnaval", está, neste momento, à espera da avaliação de uma candidatura a fundos comunitários. José Américo, presidente da estrutura e vereador da câmara ovarense, revela que dentro em breve a resposta do apoio, que poderá atingir, no máximo, 80 por cento, deverá bater à porta. Um milhão de euros é a quantia necessária para colocar de pé o projecto delineado no ano passado. Mesmo que o patrocínio solicitado não chegue, o responsável assegura que não irá cruzar os braços. "Este é o objectivo número um e não descanso enquanto não conseguir", garante.
Até ao momento, há apenas um patrocínio que atinge um quarto da verba estipulada. "E é muito complicado conseguir ajudas das empresas de Ovar, há grandes dificuldades e a vida económica não está fácil", explica.
José Américo adianta que a "Aldeia do Carnaval" de Ovar será constituída por duas naves, com cerca de 4800 metros quadrados no total, e cada uma será dividida em 12 armazéns, que irão albergar os 24 grupos que integram o corso do Entrudo vareiro. As paredes do espaço serão amovíveis, "para qualquer circunstância". Além disso, a estrutura multifuncional terá um espaço entre as duas naves para permitir a realização dos ensaios dos foliões e de eventos especiais, nomeadamente passagens de ano.
Mas não é tudo. Com um equipamento organizado, que possibilitará albergar todos os participantes no Carnaval de Ovar sob o mesmo tecto, será possível "efectuar requisições de uma forma unificada". Isto é, os materiais necessários à concepção do desfile poderão ser comprados em conjunto e não de forma individual, como agora acontece. A "Aldeia do Carnaval" já tem terreno para se erguer, mais concretamente nas traseiras da empresa nipónica de componentes para automóveis Yazaki Saltano.
O cenário actual tem de mudar. "Torna-se insustentável, até do ponto de vista humano, para quem organiza o Carnaval de Ovar, nomeadamente os grupos, continuar a alugar armazéns e casas", diz. A verdade é que há mais de 15 anos que a vontade de arranjar um local próprio, para preparar o corso vareiro, mora na alma dos foliões.(«Público»)

Sem comentários: