Ovar não aceitou as celebridades
Nem actores de telenovela brasileira, nem celebridades! Ovar mantém a tradição "As vedetas somos nós, os vareiros", diz António Costa, que pertence ao grupo carnavalesco Marados. Este ano, a comissão organizadora do Carnaval quis alterar a regra de ouro. Quatro participantes da Quinta das Celebridades - Frota, José Castelo Branco, Cinha Jardim e Ana Afonso - foram sondados para entrar no desfile.
A ideia entrou como uma farpa no orgulho dos vareiros. E vários grupos carnavalescos depressa sacudiram a afronta se viessem as "celebridades", eles não entrariam no desfile. A organização recuou. O Carnaval de Ovar, que hoje sai à rua na sua plenitude, preserva assim a identidade. Cerca de dois mil foliões mostram as alegorias, a sua arte do disfarce, da sátira, da dança. Na terça-feira repetem a cena, perante o olhar de milhares de espectadores, que pagam bilhete para partilhar a alegria.
A recusa de "celebridades" forasteiras no corso vareiro faz sentido. Os 22 grupos carnavalescos e as quatro escolas de samba preparam a festa há meses. São muitas horas de trabalho "por amor à camisola", muitas noites mal dormidas. Por isso, a festa é deles e do rei do corso, um cidadão de Ovar que, meses antes do desfile, é eleito para exercer tão nobres funções.
Os Marados, grupo que participa no cortejo desde o ano de 1976, começaram em Setembro a concretizar a ideia que agora vão exibir em público. Pela mesma altura, os elementos da Charanguinha, escola de samba, meteram mãos à obra. Trabalho de paciência e dedicação. Partilha de (como diz o "marado" António Costa) "muitas aleg(o)rias".
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