segunda-feira, abril 17, 2023

Adeus, Trotinetes - Por Diogo Fernandes Sousa
As trotinetes elétricas foram apresentadas como uma das soluções para uma mobilidade mais

sustentável nas cidades ao possibilitarem a substituição do automóvel nas curtas distâncias,

contudo após largo período de implementação, inclusive em várias cidades portuguesas,

conseguimos perceber que os problemas são demasiado significativos para serem

ultrapassados pelas suas supostas vantagens.

Paris, uma das grandes capitais europeias, fez, no princípio deste mês, um referendo oficial

para banir as trotinetes elétricas de aluguer e o resultado foi claro como a água, estão banidas!

Lisboa, por exemplo, reforçou as regras de utilização para que o estacionamento das mesmas

seja feito nos locais reservados ao mesmo ou que a velocidade máxima seja limitada, contudo

a grande questão é se isso trouxe algum resultado efetivo ao reduzir os vários problemas que

estas trotinetes apresentam nas cidades.

Contextualizando, eu creio que uma mobilidade mais sustentável, em particular nas grandes

cidades portuguesas, como Porto e Lisboa, seria muito positivo, contudo defendo que essa

mobilidade não deve ser por via destas trotinetes, mas sim dos transportes públicos que

precisam seriamente de ser capacitados para cobrir as necessidades de toda a população.

No que diz respeito especificamente às trotinetes elétricas de aluguer discordo totalmente

com a sua utilização, isto pois, falando no caso das cidades portuguesas, observamos

diariamente que elas acabam, por exemplo, nos recursos hídricos, ou que ficam estacionadas

em qualquer lugar e criam problemas de mobilidade à população, principalmente a de

mobilidade reduzida, pois ocupam os passeios.

Outros problemas que certamente desagradam a população em geral é, por exemplo,

observarem a trotinete encostada ao seu veículo, corretamente estacionado, e verificar que o

mesmo está riscado exatamente por causa da trotinete.

Abordando aqueles que utilizam estas trotinetes verificamos que são parte do problema, em

vez de contribuírem para a solução, porque frequentemente as utilizam sem recurso ao

capacete e assim inviabilizam a sua própria segurança, bem como porque circulam a

velocidades demasiado significativas e não cumprem com as regras de circulação na via

pública, o código da estrada.

Concluindo, perspetivando a utilização de trotinetes elétricas de aluguer nas cidades como

instrumento de mobilidade sustentável, existem demasiados problemas que possam

compensar a sua utilização.

Percebemos que estas trotinetes são negativas para o seu utilizados, pois comprometem a sua

segurança, para a população em geral e principalmente a de mobilidade reduzida, devido ao

espaço que ocupam, para a própria cidade, fruto da sua má utilização.

Assim, uma aposta em mobilidade sustentável deve ser efetuada através da capacitação dos

transportes públicos, uma vez que um aumento do número de ligações e dos veículos em

circulação, associado à diminuição do custo de utilização, pode ser compensador para o

utente, para a cidade e para a empresa que adquira a concessão.

Diogo Fernandes Sousa
https://www.ovarnews.pt/?p=71022

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