Notícias de Ovar

Outros carnavais
Actor brasileiro Alexandre Borges
vai ser “Rei” na Mealhada

Depois de um ano de “interregno” (o ano passado o rei foi o actor português Ricardo Pereira), o Carnaval da Mealhada volta a ser luso-brasileiro e promete “arrasar” a região Centro. Ontem, Álvaro Miranda, presidente da associação que organiza o mais famoso Carnaval luso-brasileiro, confirmou ao Diário de Coimbra ter acabado de garantir a presença do actor Alexandre Borges, o que, aliás, «não foi nada fácil».
Apesar de prometer um Carnaval que dignifique a tradição na Mealhada, Álvaro Miranda adverte para as dificuldades, não só orçamentais, mas também devido ao facto de iniciar os preparativos deste ano «com cerca de um mês de atraso», devido ao impasse que houve entre a associação e a Câmara Municipal, que, aliás, originou a demissão em bloco dos dirigentes da Associação de Carnaval, em meados de Outubro, e o anúncio da não realização do Carnaval.
«Vamos fazer o que nos for possível com um orçamento de 200 mil euros, mas, mesmo assim, prometemos um Carnaval em grande», garantiu Álvaro Miranda, explicando que, este ano, o tema central do corso carnavalesco gira à volta das comemorações do 30.º aniversário do Carnaval de cariz luso-
-brasileiro na Mealhada.
«Vamos apresentar 10 carros alegóricos. Seis das escolas de samba, três temáticos e um alusivo às comemorações dos 30 anos carnavalescos luso-brasileiros», refere o dirigente, aludindo que na semana que antecede o Carnaval (25 a 31 de Janeiro), o Sambódromo Luís Marques «vai ter muita animação nocturna, com muito samba e bandas brasileiras».
Com um orçamento limitado, Álvaro Miranda sustenta que a organização «não pode correr riscos», ou seja, «temos de nos limitar ao que temos».
E o que a associação tem, para já, são 100 mil euros da Câmara Municipal (anteriormente só apoiava o evento com 75 mil euros), sabendo-se que o investimento chaga aos 200 mil.
«Contamos com o patrocínio de várias empresas e outros apoios», frisa este responsável, que, mesmo assim, garante que os preços dos bilhetes para o sambódromo vão ser mais baixos que o ano passado.

Este ano não há circo

«O ano passado os ingressos custavam seis euros, este ano vamos baixa-los para cinco, esperançados que (se não chover como o ano passado) o sambódromo fique totalmente lotado no dia do corso (dia 5 de Fevereiro)», opinou o dirigente.
Sendo a poupança a palavra de ordem, não foi por acaso que a organização escolheu a celebração dos 30 anos do Carnaval luso-brasileiro como tema do corso.
«Poupamos no guarda-roupa dos figurantes, uma vez que vamos utilizar roupas dos últimos anos, assinalando, assim, os carnavais dos últimos 30 anos», explica Álvaro Miranda, recusando, no entanto, a ideia de que este Carnaval não venha a ter «o mesmo brilho e a tradição dos anteriores».
Neste aspecto, a única tradição que não se vai manter este ano é a presença do circo de Vítor Hugo Cardinali, que há (muitos) anos participava no corso com elefantes, cavalos, camelos e outras atracções.
«É com muita pena que não podemos contar com o circo Cardinali, mas o orçamento não nos permite e, neste caso, não podemos correr riscos», frisa o presidente da associação, concordando que a presença do circo seria, sem dúvida, outro pólo de atracção e de “chamariz” de público, mas, «as despesas têm de ser muito bem controladas».
Também como é habitual, a anteceder o Carnaval a associação organiza, na semana anterior ao corso, um festival de samba no Sambódromo Luís Marques, estando já agendado para o dia 25 de Janeiro um grandioso espectáculo com o grupo feminino Samba de Rainha, que vem expressamente do Brasil (S. Paulo) para actuar na Mealhada, e, dia 26 de Janeiro, é a vez de actuarem os já conhecidos músicos Canta Brasil.
Para estes dois espectáculos os ingressos no sambódromo são de, apenas, dois euros, mas nos restantes dias da semana que antecede o Carnaval, outros grupos vão passar pelo recinto, sendo as entradas gratuitas.
E porque o Carnaval está aí à porta, os estaleiros da Câmara Municipal estão desde o passado dia 12 de Dezembro em grande actividade, onde a equipa do designer brasileiro, Paulo Burian, já está a trabalhar na decoração dos carros alegóricos.