De um poeta vareiro
Assim me escravizo
Estou habituado às esperas bem lentas
E longas. Não por ter nascido no Oriente,
Mas por ter construído formas bivalentes,
Umas da utopia, e outras que alguém as sente.
Estou habituado às esperas pacientes,
Essas que temperam as feições felizes,
Que fazem sonhar um Mundo de outros entes,
E que não é este, mau grado o que maldizes...
Para ver uma árvore frutificar,
Os anos aguardo, quantos necessários,
E, se ciclos há p'ra com cuidado amar,
Igualmente os há que dão trabalhos vários.
E, ainda que escravize tudo quanto posso:
A Arte... e na cadência sonora, a palavra,
Até a mulher que adoro, e não endosso,
Assim, me escravizo pois, por minha lavra.
Daniel Cristal
12.04.2004
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