Barrinha de Esmoriz
Localizada entre Espinho e Ovar, a Barrinha de Esmoriz / Lagoa de Paramos é uma zona “protegida”, com cerca de 396ha, constituída por uma lagoa costeira circundada por vegetação e bancos de lodo. Esta lagoa comunica com o mar, de forma artificial, através de um canal cuja abertura e encerramento depende da intervenção humana, o que impede que a lagoa esteja sob a influência das marés. Desaguam na lagoa duas ribeiras – a ribeira de Maceda (zona Sul) e a ribeira de Silvalde (lado Norte). Estas duas ribeiras são as principais responsáveis pela extrema poluição da água e pelo cheiro nauseabundo que empesta o ar e faz da lagoa um verdadeiro esgoto a céu aberto.
Este local de enorme importância ornitológica, apesar de classificado como Sítio Rede Natura 2000 (PTCON0018), REN (Reserva Ecológica Nacional) e IBA (Important Bird Area), não tem qualquer plano oficial de gestão ou protecção ambiental. Desta forma não será de estranhar que práticas como o pisoteio das dunas por veículos de todo-o-terreno, o depósito de entulho industrial e doméstico, as descargas ilegais nas ribeiras, o lixo abandonado ou os namorados descuidados que atafulham o local de preservativos, façam parte do dia-a-dia deste local. Para além de tudo isto, também não se percebe como o aeródromo cresceu (ilegalmente) até aos limites do Sítio ou porque razão é permitido um campo de golf ilegal em pleno cordão dunar, que teima em crescer através de queimadas sistemáticas.
A margem de tudo isto a vida selvagem persiste contra tudo e todos. Neste local estão recenseadas cerca de 80 espécies vegetais e 270 espécies animais, das quais, 190 espécies de aves. Números simplesmente impressionantes. Entre as espécies vegetais devemos destacar a ocorrência de Jasione lusitanica, um endemismo ibérico, extremamente ameaçado, que apenas surge em Portugal, de forma fragmentada, no Litoral Norte entre Caminha e Aveiro. (in «Trilhos e Marcas»)
1 comentário:
As aves estão recenseadas mas não votam
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