terça-feira, novembro 06, 2007

Ovarense Aerosoles: A gestão certa

Este texto poderia servir para elogiar a organização da Ovarense Aerosoles, um dos projectos mais sólidos e profissionais no basquetebol em Portugal. Poderia servir para falar da forma como parece ser inteligentemente gerida por Arala Chaves e a sua equipa directiva. Poderia servir para falar do apoio incondicional que a Câmara de Ovar, a Aerosoles, o Dolce Vita ou a Gavex dão a esta equipa. Poderia servir para falar dos adeptos incansáveis, conhecedores da modalidade, que agora abandonaram a famosa “caixa de fósforos” para se mudarem para uma moderna e cómoda Arena. No entanto, prefiro abordar outro assunto: a gestão levada a cabo pelo Professor Luís Magalhães.

O técnico que na última década conquistou títulos atrás de títulos tem à sua disposição um leque de recursos de grande qualidade. Disso não há qualquer dúvida. E por aí muitos podem dizer que tem a tarefa facilitada. No entanto, isso seria atirar areia para os olhos dos que não querem ver, seria tirar mérito ao Professor Luis Magalhães. Magalhães aproveita o que cada atleta tem de bom, e tenta potencializar ao máximo as qualidades de cada um, dando minutos de jogo aos 12 atletas convocados. E, somos da opinião, que a rotatividade existente no plantel da Ovarense Aerosoles é um dos factores de sucesso desta equipa.

Muitos poderão dizer que ‘Sim senhor, a rotação de jogadores existe mas só porque ele tem jogadores muito bons que tinham lugar em qualquer equipa!’. Permitam-me que apresente outro ponto de vista…Algum treinador teria a coragem de deixar Cordell Henry no banco para dar lugar no cinco incial ao capitão Nuno Manarte? Quantos minutos por jogo tinha André Pinto quando era Henrique Vieira o treinador da Ovarense Aerosoles? Quantos minutos jogava Nuno Cortez antes de ingressar na equipa vareira? Era comum ver Fernando Neves sair do banco sem ser quando o jogo estava mais do que decidido? Que treinador desta Liga aposta num jovem de 17 anos? Rui Mota no Benfica estava encostado, não rendia…hoje aparece em Ovar com papel importante em muitos jogos e a acrescentar qualidade ao jogo da sua equipa.

Simples coincidências, ou mérito do treinador? Não acreditamos em coincidências…

Magalhães implementou um sistema de rotatividade de jogadores semelhante ao que a grande maioria das equipas do camponato da NCAA utilizam. As substituições são uma constante, a equipa raramente perde qualidade, conseguindo manter uma velocidade e intensidade de jogo bastante interessantes. Aliás, na época transacta até aconteceu por mais do que uma vez serem os ditos ’suplentes’ a mudarem o rumo do jogo, levando a Ovarense Aerosoles para a frente do marcador, aumentando vantagens, ganhando jogos. Magalhães consegue gerir bem o ego dos seus jogadores, não se importa de deixar no banco Cordell Henry e Graham Brown - sabem que vão entrar e que vão desempenhar um papel importante, tal como os restantes 10 jogadores convocados. Os jogadores não estão preocupados com os números individuais e isso reflecte-se no jogo da equipa e na coesão que apresentam em campo. Claro que depois surge a qualidade dos intervenientes, e ter Greg Stempin e Cordell Henry a jogarem em Ovar é sinónimo de espectáculo e de bom basket.


Em Portugal é difícil encontrar um adversário à altura desta grande equipa, e a ULEB Cup poderá mostrar como se comporta a Ovarense contra equipas mais fortes, e qual o real valor desta equipa. Entretanto, esperemos que outros técnicos surjam o exemplo que Magalhães vai dando em Ovar.
(in «Seis25», com a devida vénia porque, além do mais, assinamos por baixo)

3 comentários:

Anónimo disse...

Boa Sorte à Ovarense.

Anónimo disse...

até os comemos, carago!!!

Anónimo disse...

é justo diozer que dr arala chaves também tem uma grande parte neste sucesso. Viva a ADO!!!


João Matos