A Ria de Aveiro não é apenas um lugar com paisagens únicas e recantos tranquilos onde é possível esquecer durante horas a agitação urbana. É também um local procurado por muitas espécies de aves, que escolhem aquela zona para se alimentarem, viverem e para construírem os seus ninhos.
Se é verdade que as cegonhas já se aventuram por áreas mais urbanizadas, não sendo raro avistá-las junto a autoestradas, existem outras espécies que preferem locais mais sossegados e que podem ser avistadas em vários pontos da Ria. Os flamingos vieram para ficar e emprestam por estes dias um colorido rosa ao cenário em tons de azul da Ria de Aveiro.
A observação de aves (Birdwatching) tem conquistado cada vez mais adeptos e ao longo da Ria já é possível encontrar locais preparados para esta atividade e outros onde as espécies raras podem ser surpreendidas no seu quotidiano.
Na zona de Salreu-Canelas (Baixo-Vouga Lagunar), é habitada por trepadeiras, piscos ou chapins, garças, patos, limícolas e, ocasionalmente exemplares de águia-sapeira ou andorinhas-do-mar. As aves de rapina e as de maior porte preferem a Zona de Proteção Especial da Ria de Aveiro, uma área de 51.378 hectares considerada Important Bird Area (PT007).
A Pateira de Fermentelos, a maior lagoa natural da Península Ibérica, é o habitat de espécies tão diversas como o pato-real, o guarda-rios, a águia sapeira, o milhafre-preto, vários tipos de garças e do pernalonga. Perto do Esteiro de S. Pedro e da Lagoa do Paraíso, abaixo da Biblioteca da Universidade de Aveiro, é possível observar borrelhos de coleira interrompida, pilritos ou os pernilongos. Os flamingos também são presença frequente na Lagoa e na Marinha da Troncalhada.
A Pateira de Frossos, por ser uma zona húmida, é utilizada para o cultivo de arroz, mas é também pouso habitual de cegonhas brancas, guarda-rios, garças, chamariz e chapim real.
No percurso da Bioria, que abrange os concelhos Aveiro, Estarreja e Albergaria-a-Velha, vivem dezenas de espécies, como garças, íbis-preta, tartaranhão-ruivo-dos-pauis, ógea, frango-d’água, narceja-galega, combatente, gaivina-dos-pauis, cuco-rabilongo, torcicolo, pisco-de-peito-azul, felosa-unicolor, papa-amoras ou escrevedeira-dos-caniços.
A Foz do Cáster, o percurso entre a Ponte de Varela e o Cais da Béstida ou a Reserva Natural das Dunas de S. Jacinto são outros locais imperdíveis para quem gosta de observar aves no seu habitat natural.
Nesta viagem pelas maravilhas da natureza desta região, aprecie também a beleza da paisagem, navegando pela Ria numa das muitas embarcações tradicionais que realizam passeios turísticos.
E para fazer uma pausa ou terminar da melhor forma um dia cheio de momentos inesquecíveis, nada melhor do que saborear as excelentes especialidades gastronómicas que existem na região.
É na Ria de Aveiro que se en -
con tra a grande maioria das colónias
reprodutoras da ame -
açada garça-vermelha (“Ar dea
purpu rea”) no país. Já perto das
zonas ribeirinhas, é fácil encontrar
a trepadeia-comum (“Certhia
bran chydactyla”). Junco das
esteiras (“Juncus maritimus”),
mor raça (“Spartina marítima”)
e sirgo (“Zostera noltii”) são outras
das espécies mais frequentes
na região. Nos últimos anos,
a ria tem recebido uns convida -
dos que dão um colorido ro sa
às águas: os flamingos. Prepare
a câmara fotográfica para registar
o seu próprio postal
Nos últimos anos, a observação
de aves - ou “birdwatching” co -
mo é mais conhecida a nível
mundial - tornou-se uma prá-
tica comum e tão procurada
que muitas cidades ou regiões
aproveitaram essa “moda” para
criar estruturas, postos de observação
ou rotas que proporcionam
verdadeiros momentos
de contacto com a natureza. Só
precisa de um par de binóculos,
gostar de aves, não fazer barulho
e... ter muita paciência.
Também a região de Aveiro
de cidiu aproveitar a sua situa-
ção geográfica e a qualidade
dos seus habitats que garantem
uma “riqueza ornitológica de
grande valor turístico” e apostar
nesta actividade de interpreta-
ção da natureza que também
representa “claros benefícios
para a saúde, quer a nível psicossomático,
quer físico.
Sendo Aveiro uma região
com várias e variadas zonas hú-
midas, sendo o meio aquático
o ecossistema com maior expressão,
de acordo com a Comunidade
Intermunicipal da
Região de Aveiro (CIRA), a Gran -
de Rota da Ria de Aveiro tem,
no âmbito da observação de
aves, zonas consideradas de “extrema
importância a nível mundial
pelos elevadíssimos níveis
de biodiversidade associados,
mas também pelo seu valor ao
nível da conservação de muitas
espécies que neles habitam”.
Mas não é só nas zonas hú-
midas que se podem observar
as variadas espécies de aves
existentes na região; as áreas
florestais, as zonas agrícolas ou
as dunas albergam uma “gran -
de variedade de aves, tornando
a região de Aveiro num dos melhores
‘hotspots’ ornitológicos
a nível nacional, com relevância
internacional dada a sua classificação
como ‘Important Bird
Area’, atribuída pela Birdlife Internacional”,
refere a CIRA.
Nos 11 municípios que integram
a região de Aveiro, alguns
dos principais locais a visitar
para a prática da observação de
aves são: Barrinha de Esmoriz
(Ovar), perímetro florestal das
Dunas de Ovar, Cais do Torrão,
Cais das Teixugueiras, Praia do
Bico (Murtosa), BioRia (Estarreja),
Parque da Cascata da Cabreia
e Praia Fluvial Quinta do
Barco (Sever do Vou ga), Pateira
de Frossos (Albergaria-a-Velha),
Pateira de Fermentelos (Águe -
da), Parque das Termas da Curia
(Anadia), Lagoa do Paraíso,
Parque Municipal Quinta do
Ega e Rio Boco (Vagos), Cais da
Bruxa (Gafanha da Encarnação,
Ílha vo) e Dunas de São Jacinto
(Aveiro). |
https://www.ovarnews.pt/?p=63120
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