A mulher sem-abrigo, encontrada morta por estes dias, em Francos, na freguesia de Ramalde, no Porto, chamava-se Sandra Costa, tinha 48 anos e há cerca de um ano deixou de contactar a família, vivendo como sem abrigo.
O corpo foi encontrado num local conotado com o consumo e tráfico de droga e o cadáver estava coberto com um casaco, apresentando sinais de espancamento e de ferimentos graves, sobretudo na cabeça,
Um caso que nos trouxe outro à lembrança por com ele ter vários pontos de contacto. O de Fátima Amaro, sensivelmente da mesma idade, mulher que está a viver nas casas semiconstruídas e abandonadas, a nascente dos caminhos de ferro, no lugar da Ponte Nova, em Ovar.
Também teve tudo para ter uma vida estável, emprego, filhos, ajudas, mas tudo falhou.
Onde se abriga atualmente falta tudo: higiene, chove lá dentro e o frio sobra nas últimas noites de inverno.
Pede ajuda, mas será que desta vez está disposta a colaborar? As entidades com quem falamos dizem que Fátima já teve várias oportunidades e não aproveitou. Nós fomos conversar com ela:
Há quanto tempo vive aqui?
Desde Outubro do ano passado.
Que idade tem?
tenho 45 anos.
Como faz as suas refeições?
Almoço nas Mãos Solidárias e cozinho aqui qualquer coisa à hora do jantar.
Que apoios sociais tem?
Já falei com o presidente da Câmara e com os serviços de ação social.
Vive aqui sozinha?
Não, vivo com o meu companheiro e um cão.
Tem algum meio de subsistência?
Trabalho em jardinagem no Parque do Buçaquinho, em Maceda, mas encontro-me de baixa médica.
Como veio aqui parar?
Eu vivia numa casa arrendada em Maceda, mas tive de sair por falta de pagamento. Tentei arrendar uma casa no Furadouro mas os preços estão muito elevados.
Tem filhos?
Sim, tenho o sonho de os trazer para a minha companhia, mas estão com a avó.
Como se sente?
Sinto-me sozinha, como se ninguém quisesse saber de mim. https://www.ovarnews.pt/sinto-me-sozinha-como-se-ninguem-quisesse-saber-de-mim/
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