Resgatados vivos três pescadores
perdidos nove meses no mar
Os pescadores eram cinco quando, em Outubro, saíram do porto de San Blas, numa embarcação de pesca de tubarões, que ficou sem combustível e foi arrastada pelo vento.
Dois pescadores morreram, provavelmente entre Janeiro e Fevereiro, e os companheiros atiraram os seus corpos ao mar, disse, em conferência de imprensa, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Ernesto Derbez.
Enquanto as correntes marítimas arrastavam a embarcação para Oeste, os pescadores alimentavam-se do peixe cru que pescavam e bebiam água das chuvas.
Os sobreviventes foram identificados como Jesús Eduardo Vidaña, Lucio Rendón e Salvador Ordóñez.
Vidaña ignora que, durante a sua ausência, foi pai de uma menina, agora com quatro meses, e a mulher pediu que nada lhe fosse dito para lhe fazer uma surpresa, quando ele chegar a casa.
Os pescadores falecidos eram conhecidos por Juan David e El Farsero.
Os sobreviventes foram resgatados perto das Ilhas Marshall, onde deverão chegar a 21 de Agosto, segundo comunicação da embarcação taiwanesa.
Um funcionário da representação diplomática do México na Nova Zelândia viajou já para as Ilhas Marshall, para receber os resgatados e tratar dos seus cuidados médicos e repatriação.
O Ministério disse desconhecer se os pescadores se dedicavam a alguma actividade ilícita, como a pesca ilegal do tubarão, como especula a imprensa mexicana.
O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, Luis Ernesto Derbez, comentou que as autoridades mexicanas foram surpreendidas pelo salvamento dos pescadores «porque não havia qualquer notícia sobre o seu desaparecimento».
Adiantou que os três pescadores estão «fisicamente bem» embora magros e esfomeados.
As Ilhas Marshall ficam a 8.800 quilómetros da costa mexicana no Pacífico.
Uma das explicações para a ausência de notícias sobre o desaparecimento pode ser o facto de se tratar de uma pequena embarcação, com cerca de oito metros de comprimento, pelo que não precisa de comunicar formalmente a sua saída para o mar às autoridades portuárias.
A Conferência Episcopal do México descreveu já os sobreviventes como um exemplo de fé: «Devíamos seguir o exemplo destes três pescadores, que fizeram da oração a fonte da sua força», diz uma nota episcopal.
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