«Total ausência de planeamento e de bom-senso»: é desta forma que Manuel Catalão, Presidente do Núcleo do PSD da freguesia de Ovar classifica a actuação da Câmara Municipal de Ovar na obra de reconversão urbanística do centro da cidade. Isto porque nem a autarquia nem os SMAS realizaram qualquer estudo prévio sobre a situação das infra-estruturas subterrâneas – como o estado das redes de água e saneamento – antes da intervenção nas ruas abrangidas pelo programa.
Pela voz de Manuel Catalão, o Núcleo do PSD de Ovar teme que estas infra-estruturas possam vir a causar problemas e defende que o seu bom funcionamento deveria ter sido acautelado antes de se iniciar uma obra definitiva à superfície.
«Se um dia destes rebentar uma conduta, como aliás acontece frequentemente, como é que se vai resolver o problema? Volta-se a esburacar tudo outra vez até ficarmos com a obra cheia de remendos?», questiona o social-democrata Manuel Catalão. Para além disso, nas zonas onde essas infra-estruturas estão em falta, a Câmara Municipal de Ovar deveria ter aproveitado para proceder à sua instalação neste período, uma vez que o programa de reconversão urbanística implicava a remoção dos antigos pavimentos.
Contudo, nada disto foi feito. Para o Núcleo de Ovar do PSD, a irresponsabilidade evidenciada pela Câmara Municipal pode pôr em causa – caso aconteça alguma falha nos sistemas do subsolo – uma intervenção de milhões de euros, cujos custos são maioritariamente suportados pela Administração Central (60% de comparticipação do custo total da obra).
Falhou claramente o planeamento, mas falhou também o diálogo com a sociedade civil. A autarquia não procurou conhecer a opinião e as sugestões dos munícipes, que são quem poderá, afinal, colher os maiores benefícios desta intervenção.
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