Por Enf.ª Silvana Bernardes
Numa altura em que as notícias sobre novos casos de infecção pelo vírus H1N1 (responsável pela Gripe A) nos entram diariamente em casa, nunca tanto se falou nos meios de comunicação social sobre a importância da lavagem das mãos.
A lavagem das mãos é uma medida de higiene básica, mas neste panorama assume sobretudo o papel de uma importante medida para o controlo da infecção. De facto, as mãos são o principal veículo de transmissão dos microrganismos de pessoa para pessoa.
Na pele das nossas mãos temos 2 tipos de microrganismos:
Os que residem normalmente na nossa pele e que raramente nos causam doenças;
Os que adquirimos no contacto com o ambiente e cujo potencial para causar doenças é elevado.
Uma correcta lavagem das mãos remove não só a sujidade, mas também a maior parte destes microrganismos transitórios das mãos, reduzindo-os para níveis mais baixos.
Quando se devem lavar as mãos?
Devemos lavar as mãos:
Antes de comer ou manipular alimentos;
Depois de ter utilizado o WC;
Após tossir, espirrar ou assoar o nariz;
Após tocar em animais ou nos seus dejectos;
Depois de manusear lixos;
Após contactar com materiais ou equipamentos de uso público ou que possam estar contaminados;
Antes e depois de tocar em doentes ou feridas;
Sempre que as mãos estiverem visivelmente sujas.
Como se devem lavar as mãos?
Use em sabão líquido, de preferência neutro e sem adição de perfumes. O sabão sólido é difícil de manter livre de contaminação;
Molhe as mãos e aplique o sabão de modo a obter espuma;
Friccione no mínimo durante 20 segundos, tendo o cuidado de abranger todas as áreas das mãos (veja a figura 1);
Passe por água até retirar toda a espuma;
Seque bem as mãos. Em locais públicos o ideal é utilizar os toalhetes de utilização única. Se a torneira for accionada manualmente pode utilizar o toalhete com que limpou as mãos para a fechar, de modo a evitar nova contaminação.
Quando utilizar produtos desinfectantes na lavagem das mãos?
Uma boa lavagem das mãos com água e sabão é suficiente para diminuir significativamente o risco de transmissão de microrganismos através das mãos.
Os solutos alcoólicos com emolientes devem ser vistos como uma alternativa à lavagem das mãos quando esta não é possível e apenas em situações em que as mãos se encontrem visivelmente limpas. Devem ser aplicados nas mãos secas.
A utilização de outros anti-sépticos está mais reservada aos profissionais de saúde. Estes produtos removem não só os microrganismos que nos causam doenças, mas também os microrganismos normais das nossas mãos, que nos conferem protecção.
Figura 1 – Técnica para lavagem das mãos
Bibliografia:
-Comissão de Controlo da Infecção Hospitalar. Norma n.º 3/2002 – Lavagem e Desinfecção das Mãos. Hospital Santa Maria, sd.
-Dias, L.; Bettencourt, M. A importância da higiene das mãos no controlo das infecções nasocomiais. Revista Sinais Vitais n.º 83. Março 2009, p.28-30.
-Salgueiro, N. As mãos, ferramenta mágica. Revista Enfermagem e o Cidadão n.º 11. Fevereiro 2007, p. 11-14.
(Um conselho da Juventude da Cruz Vermelha de Ovar)
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