Cores da Justiça
Até 1986, nos tribunais, e não só, era obrigatório o uso do papel selado. Depois, impôs-se o papel azul de 25 linhas. Mais tarde, passou a admitir-se o papel branco ou de ‘cor pálida’.
O tribunal de Ovar recusou um requerimento apresentado em papel verde. Seria um verde menos ‘pálido’? Ou indicaria uma simpatia clubista do requerente?
Em Direito a forma não é irrelevante: ‘o hábito faz o monge’. A Relação do Porto não entendeu assim e obrigou à aceitação do documento, dizendo que só interessa a sua "legibilidade".
A partir de agora, quando for a tribunal utilizarei papel com bonequinhos ou às bolinhas e, principalmente, com fragrâncias perfumadas. Pelo menos, esses processos terão um odor distinto daquele que caracteriza o estado da nossa Justiça.
Carlos de Abreu Amorim in «Correio da Manhã»
1 comentário:
Se a cagança pagasse imposto, os gajos das finanças abancavam-se na Rua Alexandre Herculano.
(E não eram só os meretrizos e as meretrizas a pagar ...)
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