O Tribunal de Oliveira de Azeméis absolveu ontem um membro do chamado gangue do multibanco e substituiu a pena de 14 anos e seis meses de prisão, por crime de homicídio e roubo, pela liberdade.
Escândalo? Não, apenas mais um triste exemplo de como a justiça permite que procedimentos processuais atropelem a verdade.
E, desta vez, não sou eu, nem outro jornalista que o diz. É um juiz, o próprio a quem coube a ingrata tarefa. Com a frontalidade que tantas vezes falta aos seus pares, Filipe Caroço lamentou a "inconsequência do laborioso e árduo trabalho das polícias" e o "absurdo direito absoluto do arguido ao silêncio".
Aconselhou ainda que o caso fosse estudado para aferir dos "efeitos práticos" do processo penal quanto às provas. Dificilmente lhe darão ouvidos.
É pena, porque a justiça não recuperará a credibilidade enquanto conviver bem com a hemorragia de condenados que acabam salvos por truques de advogados ou pormenores bruocráticos.
Sem comentários:
Enviar um comentário